Pesquisar este blog

segunda-feira, 30 de maio de 2011

VI Seminário de Manejo Integrado: O desenvolvimento da maricultura no Litoral do Estado de São Paulo

CalendárioSeminários
TítuloVI Seminário de Manejo Integrado: O desenvolvimento da maricultura no Litoral do Estado de São Paulo
RecorrênciaThis event is not recurrent
 
InícioSexta-feira 03 de Junho, 2011 10:30:00
FimSexta-feira 03 de Junho, 2011 15:00:00
DescriçãoVI Seminário de Manejo Integrado
O desenvolvimento da maricultura no Litoral do Estado de São Paulo


Objetivo: Discutir a proposta de desenvolvimento da maricultura no Litoral do Estado de São Paulo focando nas políticas públicas do setor, no histórico do processo de identificação e concessão de áreas e nos procedimentos de licenciamento sob uma perspectiva integradora voltada a conciliação de usos e interesses de diferentes atores na região.


Justificativa: O paradigma desenvolvimentista utilizado na região costeira brasileira nas últimas décadas causou impactos sócio-ambientais profundos que ameaçam a sustentabilidade das atividades aí desempenhadas. A discussão e a resolução destes problemas têm sido recentemente abordadas dentro da perspectiva do manejo integrado, em que todos os atores sociais devem ser protagonistas na identificação de cenários futuros e de caminhos a serem percorridos. Assim, a discussão sobre as políticas de incentivo à maricultura tem um papel central nessa temática, uma vez que esta se configura como mais uma atividade dentro dos diversos usos dados à zona costeira. Neste sentido, o entendimento deste processo é fundamental para orientar ações no sentido de garantir a internalização de eventuais problemas ambientais dentro de processos de planejamento e licenciamento efetivos.


Perguntas orientadoras:
1. Quais a dificuldades e potencialidades relacionadas ao planejamento do desenvolvimento da maricultura dentro de um contexto de usos múltiplos da zona costeira?

2. Quais as fragilidades e incertezas do atual processo de licenciamento de atividades de maricultura?

3. Como a oceanografia pode atuar dando suporte à política de desenvolvimento da maricultura desde o planejamento até o licenciamento e monitoramento ambiental?


Local: Auditório “Prof. Dr. Plinio Soares Moreira”, Instituto Oceanográfico, Praça do Oceanográfico, 191, Universidade de São Paulo.


Data: 03 de junho de 2011.


Inscrições: As inscrições são gratuitas e devem ser feitas antecipadamente pela internet (http://www.io.usp.br/tiki-index.php?page=manejo2011).


Público-alvo: Docentes, técnicos, alunos de graduação e pós-graduação, gestores, profissionais, ONGs e população em geral.


Programação
12:00 - Inscrições

13:30 - Abertura

13:45 - Apresentação do Coral IOUSP

14:15 - Apresentação dos debatedores, do tema norteador da discussão e da dinâmica dos trabalhos – Profa. Dra. Yara Shaeffer-Novelli (IOUSP)

14:30 - Política nacional para o desenvolvimento da aquicultura em águas da união com foco no ambiente marinho.
M.Sc. Rafael Pazin C. R. Roma, Coordenador Geral de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Águas da União Marinhas, Ministério da Pesca e Aquicultura

15:15 - Os procedimentos de concessão e licenciamento de áreas para maricultura.
Leinad Ayer de Oliveira, Superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura no Estado de São Paulo

16:00 - Intervalo

16:30 - Debate
Moderação: Profa. Dra. Yara Schaeffer-Novelli (IOUSP)

Debatedores
- Dra. Cláudia Lamparelli, CETESB, Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo
- M.Sc. Lucila Pinsard Viana, APA Marinha do Litoral Norte, Fundação Florestal do Estado de São Paulo
- Prof. Dr. Frederico Brandini, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo
- Luiz Roberto Camargo Numa de Oliveira, Coordenadoria de Planejamento Ambiental, Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
- Dra. Maria Cristina Cergole, IBAMA, Escritório Regional de Caraguatatuba
- Kelen Luciana Leite Ferreira, Estação Ecológica Tupinambás, ICMBio/Ministério do Meio Ambiente

Créditos
Realização – Laboratório de Manejo, Ecologia e Conservação Marinha, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo; GT – Litoral Norte
Apoio – Comissão de Cultura e Extensão do IOUSP

Comissão Organizadora do VI Seminário de Manejo Integrado
Prof. Dr. Alexander Turra – DOB/IO/USP
Profa. Dra. Elisabete de Santis Braga de Graça Saraiva – DOF/IO/USP
Prof. Dr. Marcelo Dottori – DOF/IO/USP
Biol. Diego Igawa Martinez – PG/Oceanografia/IOUSP
Sra. Cássia Cerezani de A. Oliveira – SEDC/IO/USP
Sra. Teresa Cristina dos Reis Gonzalez – SEDC/IO/USP
Sr. Julio Costa Gonzalez – SEDC/IO/USP
Sr. Pedro Martins Garcia Filho – SEDC/IO/USP

domingo, 29 de maio de 2011

Mata Atlântica pode sofrer mais perdas com mudanças no Código Florestal


Divulgação
Foto Mata Atlântica pode sofrer mais perdas com mudanças no Código Florestal
Dia Nacional da Mata Atlântica é comemorado nesta sexta-feira (27). A ecorregião é a mais devastada do País, com apenas 8% de sua cobertura vegetal original preservada
27/05/2011
Carine Corrêa
Ecorregião mais devastada do País, a Mata Atlântica possui atualmente apenas cerca de 8% de sua cobertura vegetal original. A ameaça não é apenas para a biodiversidade, pois o abastecimento de água para 123 milhões de brasileiros, por exemplo, depende da conservação da cobertura vegetal nativa da região. A área é classificada como o segundo conjunto de ecossistemas mais ameaçados de extinção do mundo, perdendo apenas para as quase extintas florestas da Ilha de Madagascar, na África.
Apesar de ser uma das regiões ecológicas mais ricas do Planeta em termos de biodiversidade, o desmatamento, a exploração madeireira, a agricultura, as obras de infraestrutura e a ocupação inadequada de áreas de preservação permanente, dentre outros fatores, ocasionaram uma perda de quase 92% de sua cobertura vegetal original.
Preservação - A importância da preservação da região vai além da conservação de espécies da fauna e flora e das paisagens naturais. O abastecimento de água para uma população de 123 milhões de brasileiros e para diversas atividades produtivas de três grandes regiões do País depende da proteção efetiva das matas ciliares e dos recursos hídricos da ecorregião. Outros serviços ecossistêmicos, como regulação do clima, proteção de encostas e garantia do regime de chuvas também dependem da conservação adequada da área.
Além disso, inúmeras Áreas de Preservação Permanente (APPs) da Mata Atlântica - que incluem todas as formas de vegetação situadas nas margens de corpos d'água, topos de morro, encostas íngremes, manguezais e nascentes - correm o risco de sofrer mais degradação com as alterações que podem ser promovidas no Código Florestal.
Código - De acordo com a analista ambiental Fátima Guedes, do Núcleo Mata Atlântica do MMA, a elaboração adequada do Código Florestal é fundamental para a preservação da Mata Atlântica, especialmente os pontos da legislação que orientam sobre a necessidade de se manter áreas com vegetação nativa, como é o caso das APPs e das áreas de Reserva Legal (porcentagem das propriedades que devem manter a vegetação nativa).
"Numa região onde os diferentes ecossistemas estão muito fragmentados, a conservação do que sobrou e a recuperação desses espaços permitirá a recomposição e a formação de corredores ecológicos", afirma. Os corredores ecológicos são extensões significativas de ecossistemas que aumentam a probabilidade de sobrevivência de diferentes espécies em longo prazo e asseguram a manutenção de processos evolutivos em larga escala.
Desastres - De acordo com levantamento feito pelo MMA na região serrana do Rio de Janeiro, afetada pelas chuvas no início deste ano, a maioria dos deslizamentos ocorreu em APPs. O estudo foi realizado para comprovar a relação entre as APPs e as áreas de risco, e constatou que aproximadamente 90% dos locais mais afetados eram de Áreas de Preservação Permanente ocupadas de maneira irregular.
"Fomos verificar se as áreas atingidas pelas enchentes ou deslizamentos eram ou não consideradas APPs pelo Código. Indevidamente ocupadas por razões diversas no passado, essas áreas ficaram disponíveis para diferentes usos, mas os locais deveriam ser preservados pela sua importância ambiental e por uma questão de segurança da própria população", afirma Wigold Schaffer, consultor do Núcleo Mata Atlântica do MMA e coordenador do estudo.
Schaffer ressalta que o mesmo padrão de ocupação se repetiu no Paraná, em Alagoas, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e em outras regiões onde enchentes resultaram em tragédias no Brasil. Ele explica que as áreas mais próximas dos rios costumam ser as mais atingidas.
"Verificamos que em áreas rurais a agricultura muito próxima à área do rio deixa o solo suscetível à erosão, e a enxurrada leva não só a plantação, mas também parte do solo, que sem fixação de florestas e de vegetação agrava as enchentes em centros urbanos localizados logo abaixo dos rios, entupindo pontes, bueiros e provocando a destruição a que todos temos visto", esclarece.
O consultor explica, ainda, que o afastamento de 30 metros em cada margem para a implementação de qualquer atividade produtiva ou de infraestrutura é a faixa mínima de preservação necessária para garantir a segurança e o bem estar da população e a proteção da biodiversidade e dos recursos hídricos na Mata Atlântica.
Desta forma, mesmo que haja uma chuva forte e o nível do rio suba, o fluxo da água terá um espaço maior para escoar. "Se a área já estiver ocupada, a destruição é inevitável. Ocorrem perdas de vidas humanas, de safra agrícola, de infraestrutura e de patrimônio. Se eliminarmos as APPs do Código Florestal vamos potencializar e agravar estes problemas no futuro. Isto é prejuízo certo", prevê Schaffer.
Alternativa - O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) é uma iniciativa que já está sendo implementada na região. É uma alternativa que contribui para o aumento da renda de famílias locais e, também, para a queda do desmatamento e de outras atividades predatórias.
O instrumento funciona de maneira a complementar ações relacionadas ao manejo de recursos naturais ou usos sustentáveis da terra, como manejo sustentável de recursos não madeireiros, sistemas agroflorestais, restauração de matas ciliares e estabelecimento de corredores ecológicos.
Em um estudo coordenado pelo MMA, foram levantadas, ao todo, 79 iniciativas de PSA em diferentes fases de desenvolvimento. São 33 projetos na categoria de fixação e retenção de carbono na atmosfera, 41 relativos à água e outros cinco que tratam de conservação da biodiversidade.
O projeto Produtor de Águas e Florestas na Bacia do Rio Guandu, no Rio de Janeiro, por exemplo, estimula 18 pequenos proprietários rurais - que em sua maioria possuem áreas menores que 100 hectares - a realizarem a restauração florestal de APPs e de áreas interceptoras de água, além da conservação de florestas e do saneamento rural.
Esses agricultores estão contribuindo para a recuperação de uma grande área degradada localizada entre os maiores remanescentes de Mata Atlântica da região Sudeste, situada entre a área da reserva biológica Rio Claro e o Parque Nacional da Bocaina. A reconexão entre os trechos remanescentes dessa grande área vai possibilitar a formação de um grande corredor ecológico. Esse território abriga, ainda, diversas unidades de conservação e Reservas Privadas do Patrimônio Natural (RPPNs).
A verba total destinada ao projeto, por ano, é de R$ 1,9 milhão, e a primeira fase (prevista para cinco anos) deve ser finalizada em 2013. O sistema Guandu abastece cerca de oito milhões de pessoas na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Área original
A área original de Mata Atlântica cobria aproximadamente 15% do território brasileiro. A parte da ecorregião reconhecida pela Lei 11.428, de 2006, foi delimitada pelo IBGE e compreende um conjunto de formações florestais e ecossistemas associados, abrangendo total ou parcialmente 17 estados e 3.410 municípios.

Características
A Mata Atlântica possui aproximadamente 20 mil espécies de flora (entre 33% e 36% das existentes no País). Em relação à fauna, os levantamentos indicam que a região abriga 849 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 de peixes. Das 472 espécies brasileiras ameaçadas de extinção, 276 são da Mata Atlântica.
Composta por um conjunto de tipos de vegetação, a ecorregião abrange faixas litorâneas do Atlântico, florestas interioranas e de araucária, campos de altitude e encraves florestais no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Sua extensão está presente também em diferentes biomas, e chega a abranger parte do território da Argentina e do Paraguai.

ASCOM

Governo do Amazonas lança Plano Estadual de Prevenção e Controle ao Desmatamento no Sul do Amazonas


E-mailImprimirPDF
nadia-apui-maio-site
Titular da SDS, Nádia Ferreira, lança Plano em Apui                 Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel


O Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) amplia ações para reduzir ainda mais os índices de desmatamento no Estado, que conta hoje com cerca de 98% de cobertura florestal intacta. Na última quinta-feira (5), a titular da SDS, Nádia Ferreira, se deslocou ao município de Apuí, acompanhada de representantes das esferas Federal e Estadual, para lançar os Programas: “Prevenção e Controle do Desmatamento no Sul do Amazonas e Regularização Ambiental/Cadastro Ambiental Rural (CAR)”, este último, em parceria com o Governo Federal por meio do Ibama. O evento reuniu cerca de mil pessoas no Centro Desportivo Ginásio Arlindo Marmenttine, dentre autoridades, produtores e pecuaristas da região. No próximo dia 19, a ação será realizada no município de Lábrea.










A exemplo do que ocorreu em Boca do Acre, em abril deste ano, quando foi lançado o programa “Desmatamento Ilegal Zero”, produtores, pecuaristas e poder municipal de Apuí, assumiram o compromisso público de combate à prática ilegal do desmatamento, por meio da assinatura de um Termo de Adesão e Compromisso, que permite a aderência ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). O CAR é o registro eletrônico dos imóveis rurais junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), de sua área total, declarando as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a proposta de Área de Reserva Legal (ARL), localizada em seu interior, com vista à regularização ambiental.
Estabelece ainda critérios e procedimentos para a inscrição de imóveis rurais no “Programa Estadual e Regularização Ambiental”, a ser emitido pelo Ipaam, nos termos da Instrução Normativa (no. 001, de 12/4/11). O formulário para o cadastro no CAR está disponível no site do Ipaam –www.ipaam.am.gov.br, Em Apuí, o formulário está disponível na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e os produtores terão até 6 meses para aderir ao programa.
Além da titular da SDS, Nádia Ferreira, que coordena a ação pelo Governo do Estado, estiveram presentes o presidente do Ibama, Dr. Curt Trennepohl; o presidente do Ipaam, Ademir Stroski; o coordenador do Terra Legal, Luiz Antônio; o Secretário de Produção Rural, Eron Bezerra; o presidente do Idam, Edimar Vizolli; a superintendente do Incra, Socorro Marques; o presidente da ADS, Valdelino Cavalcante; o Presidente da Afeam, Pedro Falabella; o Prefeito de Apuí, Marcos Maciel; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas, Muni Lourenço e outras autoridades municipais.

presidente-ibama-apui
Curt Trennepohl, presidente Ibama nacional presente em Apuí          Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel





O presidente nacional do Ibama Dr. Curt Trennepohl declarou que considera Apuí a capital brasileira do meio ambiente, em razão da mobilização por parte dos Governo Federal, Estadual, Municipal e da sociedade. De acordo com ele, as ações realizadas no município de Apuí deveriam servir de exemplo para o resto do Brasil.








O “Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Amazonas”, prevê ações atuando sob 4 eixos: Ordenamento Territorial; Controle Ambiental; Fomento à Atividades Produtivas Sustentáveis; e Governança.  Nas ações do Plano estão previstas atividades de prevenção, fiscalização e ampliação das ações de créditos. O Plano contará com recursos do Fundo Amazônia (BNDES), a ser aplicado em três anos (2011-2013), num valor estimado em cerca de R$ 20 milhões.
A titular da SDS, Nádia Ferreira, destaca as ações estratégicas voltadas para o Sul do Amazonas. “O Plano proposto tem uma versão direcionada aos 7 municípios do Sul do Estado, que estão sobre pressão do desmatamento dos estados vizinhos. Um dos fatores positivos foi a ampliação das parcerias, principalmente com o Governo Federal, e os escritórios do Ipaam em Boca do Acre e Apuí já é uma realidade, que também chegará à Lábrea, fortalecendo nossa governança”, diz a secretária.
De acordo com Nádia Ferreira, foi importante para o Estado o lançamento dessa versão do Plano em Apuí, considerando que a sociedade apuíense assumiu o compromisso pelo “Desmatamento Ilegal Zero”.
Eixos de atuação do Plano
No Ordenamento Territorial está em fase de finalização o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) da Sub-Região do Purus, estudo estratégico, que identifica o potencial dos municípios e os vários cenários futuros. A previsão é de que a Minuta de Lei do ZEE do Purus seja encaminha para a ALE-AM em junho de 2011. Nesse eixo está previsto ainda a Regularização Fundiária dos municípios de 800 propriedades dos municípios de Boca do Acre e Novo Aripuanã.
No eixo Controle Ambiental a ação já está acontecendo com o lançamento de programas que formaliza o compromisso da sociedade através do programa “Desmatamento Ilegal Zero”, numa parceria entre Governo Estadual e Federal. O programa viabiliza a assinatura do Termo de Compromisso, e permite a adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Outro foco desse eixo é o programa “Educar para não desmatar e queimar”, que a SDS vai realizar em parceria com o Idam/Sepror, Prevfogo/Ibama, Faea, Senar e Prefeituras Municipais. O programa é direcionado a produtores rurais e técnicos extensionistas e tem por objetivo discutir estratégias para prevenção e controle do desmatamento e queimadas. A agenda de trabalho começa em Apuí, no período de 17 a 19 de maio. Seguido de Novo Aripuanã, em 20 e 21; Humaitá nos dias 6 e 7 de junho; Manicoré (Matupi), nos dias 9 e 10 de junho; Canutama nos dias 13 e 14 de junho; Boca do Acre 20 e 21; e Lábrea, de 23 a 28 também de junho, e prevê a capacitação de 280 pessoas.
Também vai acontecer uma interação com produtores rurais por meio de vídeos-aula para discutir estratégias de prevenção e controle do desmatamento e queimadas, nos dias 25 e 26 de maio, através do programa “Canal Aberto com o Produtor", direcionado a um público de 280 pessoas. Serão formadas ainda as “Brigadas em ação”, com o objetivo de apoiar a estruturação das brigadas municipais de incêndio no combate ao fogo, prevendo o treinamento e formação de 210 brigadistas. Serão viabilizados kits para Apuí, Humaitá, Manicoré, Canutama, Novo Aripuanã, nos meses de maio e junho.
Em parceria com Ipaam, Batalhão Ambiental, SSP, Ibama, Polícia Federal e Delegacia do Meio Ambiente, serão intensificadas as ações de fiscalização na região, com o objetivo de autuar as atividades de desmatamento, queimadas e exploração de madeireiras ilegais.
No eixo Fomento a Atividades Produtivas Sustentáveis, será executado o Projeto Fundo Amazônia, no período de 2011 a 2013. O programa viabilizará capacitação, plantio de mudas, regularização fundiária, beneficiando 17.415 produtores do Sul do Amazonas, dentre agricultor, criador/pecuária, pescador artesanal, aquicultor, criador/ avicultor, empreendedor florestal e extrativistas.
Por meio de uma parceria com a Afeam, será realizado ainda o Programa “Plantar o Futuro”, proporcionando ao produtor rural familiar financiamentos para a cultura de subsistência, agregando novas opções que lhes permitam auferir rendimentos suficientes para a manutenção familiar uma razoável poupança em espécies florestais (poupança verde) e recomposição do passivo ambiental. Esta ação conta ainda com a parceria do Idam, Agroamazon e Prefeituras Municipais.
ademir-ipaam
Presidente do Ipaam, Ademir Stroski, anuncia criação de postos    Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel




No último eixo, Governança, já foram criados dois postos do Ipaam, um no município de Boca do Acre, com apoio da Secretaria municipal de meio ambiente do local, e em Apuí, com o apoio do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc). O próximo município a contar com um escritório do Ipaam é Lábrea.
Apuí
O município de Apuí está localizado a 476 quilômetros da capital, no Sul do Amazonas, com uma população estimada em 17.242 habitantes, dos quais 10.595 vivem na área urbana e 6.647 na área rural (IBGE/2010). Apuí detém 54.240 km2, em que 96,9% constitui-se de área conservada. De 2005 a 2009, o município reduziu os índices de desmatamento em 69% (Inpe/Prodes). A base da economia é a pecuária de corte.


Plano de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Região Metropolitana de Manaus

Tive a honra de participar da equipe de consultores que produziram esse plano. Fui coordenador de Geoprocessamento e e das diretrizes ambientais par ao plano.


http://www.srmm.am.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=57&Itemid=68

Davis

sábado, 28 de maio de 2011

A contribuição da Coppe no Relatório do IPPC sobre energias renováveis



Imagem- Fontes Renováveis relatório IPCC 2011
As fontes renováveis suprirão 80% da energia em 2050. A biomassa, a energia eólica e a energia solar serão, dentre as renováveis, as que mais estarão contribuindo para a oferta de energia no mundo em 40 anos. Mas para isso é preciso que governos adotem políticas públicas que viabilizem a substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia mais limpas. Essas são as principais conclusões do Relatório Especial sobre Energias Renováveis que divulgado, dia 9 de maio, pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) - o painel da ONU que estuda a mudança climática -, em Abu Dhabi. De acordo com os cenários analisados pelo IPCC, as fontes renováveis poderão reduzir entre 220 Gt e 560 Gt (gigatoneladas) a emissão de CO2 na atmosfera entre 2010 e 2050.
Quatro professores da Coppe participaram da elaboração desse relatório: Segen Estefen, professor de Engenharia Oceânica, e Roberto Schaeffer, professor de Planejamento Energético, coordenaram, respectivamente, o capítulo sobre Energia dos Oceanos e o capítulo sobre Potencial de Mitigação e Custos; Marcos Freitas, professor de Planejamento Energético, é um dos autores do capítulo sobre Hidreletricidade, e Suzana Kahn Ribeiro, professora de Engenharia de Transportes da Coppe, revisou o capítulo que trata de Biomassa.
De acordo com o Sumário Executivo que resume o Relatório Especial, o planeta dispõe de um grande potencial de energia que pode ser obtido de fontes renováveis. Essas fontes, segundo o documento, terão um papel crescente na mitigação das emissões de gases causadores da mudança climática e vão fornecer uma fração cada vez maior da energia primária no mundo a partir de 2020. Em 2008, a produção total de energias renováveis no mundo era de 64 dos 492 exajoules gerados por ano (EJ/ano), respondendo por 12,9% do total da energia consumida no planeta. O cenário mais otimista analisado pelo IPCC estima que em 2050 as fontes renováveis poderiam fornecer 77% das necessidades globais, ou seja, 314 dos 407 exajoules. No mais pessimista, essas fontes atenderiam a 15% da demanda mundial anual de energia de 749 EJ/ano. Sem o uso dessas fontes, as emissões de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis e de outras emissões industriais chegarão a 1.530 Gt em 2050.
O relatório alerta que as projeções devem ser vistas com cautela, porque sua realização depende de muitos fatores, inclusive do comportamento das outras fontes de energia que as renováveis podem substituir. Mas observa que, na maioria dos cenários, está claro que, em 2050, a participação das renováveis no suprimento de energia de baixo carbono será maior que a de outras opções também de baixo carbono, como a energia nuclear e o chamado CCS (captura e sequestro de carbono de combustíveis fósseis, notadamente o carvão).
2050: participação de renováveis precisa ser superior a 50% para conter aquecimento global
Embora não tenha projetado um número fixo, o relatório diz que muitos dos 
Por do sol
diversos cenários analisados pelos cientistas do IPCC apontam uma participação superior a 50% de energia de fontes renováveis na produção de energia primária em 2050, para se alcançar uma estabilização das emissões de gases de efeito estufa na faixa de 450 ppm (partes por milhão) - meta apontada como necessária para conter o aquecimento global em 20C. O documento também informa que, mesmo na ausência de políticas deliberadas para reduzir as emissões de gases causadores da mudança climática, a tendência é de expansão das energias renováveis no mercado global.
Hoje, as fontes renováveis são responsáveis por 12,9% da oferta de energia primária no mundo. Nada menos que 10,2% correspondem à biomassa, mas, dentro desta, a maior parte (8,1%) se refere ao uso tradicional (e poluente) de lenha para cozinhar, típico dos países em desenvolvimento. As aplicações modernas da biomassa respondem por apenas 2,1% da oferta atual de energia primária, contra os 2,3% da energia hidráulica. As demais fontes renováveis, somadas, respondem por apenas 0,4%.
Mas o relatório do IPCC mostra que a disponibilidade de energias renováveis vem crescendo rapidamente nos últimos anos, graças a políticas governamentais de incentivo em alguns países, à queda de custos de diversas tecnologias e a elevações de preços dos combustíveis fósseis. Em 2009, apesar da crise financeira global, a capacidade instalada de energia proveniente de fontes renováveis continuou a crescer rapidamente. Dos 300 GW acrescentados ao parque gerador de eletricidade entre 2008 e 2009, nada menos que 140 GW vieram de fontes renováveis.
Brasil se antecipa ao futuro
Para Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe e coordenador de um dos capítulos do relatório de energias renováveis do IPCC, o cenário futuro que emerge desse documento já se antecipa, de certa forma, no Brasil – com sua predominância de hidrelétricas na matriz energética, a recente e crescente instalação de usinas eólicas para produção de eletricidade, o amplo uso do etanol como combustível no setor de transportes e a infraestrutura daí decorrente, como os carros flex e os postos de combustíveis adaptados para diferentes tipos de tanques de armazenamento.
O futuro visualizado por Schaeffer, a partir dos dados contidos no estudo do IPCC, é o de um mundo cada vez mais eletrificado, isto é, onde a energia elétrica tenderá a ocupar espaço crescente na matriz energética, e onde os combustíveis líquidos tenderão a ser cada vez mais biocombustíveis. É também um futuro com crescente participação de energia eólica e solar, as quais terão as maiores taxas de crescimento nas próximas décadas, diz ele.
Roberto Schaeffer
Roberto Schaeffer, professor da Coppe, coordenou capítulo sobre potencial de mitigação das emissões e custos.
O capítulo 10 do relatório, que avalia de maneira integrada o potencial de mitigação e os custos das seis fontes renováveis estudadas (biomassa, eólica, solar, energia dos oceanos, hidrelétrica e geotérmica), projetando os resultados para um horizonte até 2050, não aponta predominância de uma fonte sobre outra. Apenas indica tendências. Mas Schaeffer afirma que a energia eólica, primeiro, e a solar, em seguida, são as que terão as maiores taxas de penetração na matriz energética mundial nas próximas décadas. “É claro que os biocombustíveis vão continuar crescendo”, diz. Mas, graças à redução de custos e ganhos de escala que já se observam, a energia eólica crescerá mais que todas as demais fontes até 2030. A partir daí, a energia solar começará a ganhar espaço, pois terá alcançado uma escala que a tornará comparável com a eólica.
Schaeffer explica que a preeminência da energia eólica se justifica não apenas pela redução de custos de geração, graças a ganhos de escala e eficiência, mas também ao fato de que essa forma de energia já começa a se mostrar capaz de se integrar bem à rede de transmissão e distribuição de eletricidade. Essa integração costuma ser uma limitação para as formas de energia provenientes de fontes variáveis, e muitas vezes imprevisíveis, como a solar e a eólica, afetadas pelas variações da natureza em curtos espaços de tempo.
A tendência ao aumento da presença da eletricidade nos sistemas energéticos do mundo deverá facilitar ainda mais a penetração da energia eólica e solar. “Hoje, o único mercado cativo para os combustíveis líquidos é o setor de transportes. E, se tudo correr bem, no futuro teremos carros elétricos”, lembra o professor da Coppe. “É claro que nada impede que se gere eletricidade com biomassa, mas suas características são mais apropriadas ao uso como combustível líquido”.
De qualquer forma, diz ele, há incertezas de diversas ordens envolvendo as projeções sobre o comportamento das fontes renováveis de energia. A penetração mais rápida ou mais lenta dessas formas de energia no mercado poderá ser influenciada, por exemplo, pelo comportamento futuro de alternativas não renováveis de baixo carbono, notadamente a energia nuclear e o CCS (captura e sequestro de carbono, um tipo de tecnologia desenhado para mitigar as emissões das instalações que queimam combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão). Se a tecnologia de CCS avançar suficientemente para se tornar competitiva em custos, talvez seja economicamente mais interessante manter em funcionamento as atuais usinas térmicas a carvão, o que poderia retardar algumas das aplicações de energias renováveis na produção de eletricidade.
Quanto à energia nuclear, quando o relatório do IPCC começou a ser produzido, despontava como uma possível alternativa para a geração de energia sem emissão de carbono. Mas, com o recente acidente radioativo em Fukushima, no Japão, o panorama da energia nuclear voltou a ficar nebuloso.
Na biomassa, as limitações do etanol brasileiro
Para Suzana Kahn Ribeiro, professora do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe e uma das vice-presidentes do Grupo de Trabalho do IPCC que produziu o relatório sobre energias renováveis, em todas as análises o etanol de cana-de-açúcar brasileiro apareceu como um grande exemplo. Mas, embora o capítulo que trata de biomassa mostre que esta deverá permanecer como uma das mais importantes fontes de energia renovável na primeira metade deste século, é preciso ter em mente que a pujança da produção brasileira de etanol de cana não é o bastante para que se tenha um mercado pujante de biocombustíveis, capaz de colocar o país como um grande fornecedor internacional.
Suzana Kahn Ribeiro IPCC 2011
Suzana Kahn Ribeiro, professora da Coppe e vice-presidente do IPCC, foi revisora do capítulo biomassa.
“Se não houver outros países investindo nisso, não teremos um mercado internacional. O mundo não vai apostar num biocombustível que só pode ser produzido em poucos países. Ninguém vai querer ficar refém do etanol brasileiro”, avisa a professora da Coppe.
O capítulo do relatório do IPCC que trata da biomassa, e que foi revisado por Suzana, mostra a grande variedade de fontes de matérias-primas que podem ser utilizadas para a produção de bioenergia, e que incluem desde produtos alimentícios como cana e oleaginosas, até resíduos agrícolas e pecuários, lixo urbano e, no futuro, a celulose extraída de florestas plantadas com esse objetivo. Segundo o estudo, atualmente 50 EJ/ano de energia já são provenientes das variadas fontes de biomassa e esse valor pode crescer até seis vezes nos próximos 40 anos.
Para que essa previsão se torne realidade, será preciso criar políticas que visem melhorar a eficiência do setor agrícola, investir no desenvolvimento de tecnologias de segunda geração, como a da extração de biocombustíveis de celulose e as biorrefinarias, e desenvolver uma boa governança para lidar com os impactos ambientais e sociais – especialmente no que se refere ao uso do solo, com a instituição de zoneamento e práticas de manejo integrado de cultivos e pecuária. Se isso não for feito, a contribuição que a biomassa poderá dar à mitigação das mudanças climáticas será reduzida e haverá conflitos significativos envolvendo o abastecimento de alimentos, recursos hídricos e biodiversidade.
Cana de açúcar
Em termos econômicos, o capítulo sobre a biomassa avalia que algumas de suas formas já tem preços competitivos no mercado: o etanol de cana no Brasil , alguns sistemas de uso de lixo urbano e alguns fogões mais eficientes que os fogões a lenha tradicionais amplamente utilizados nos países mais pobres. Estima-se ainda que, entre 2020 e 2030, tecnologias mais avançadas – como os biocombustíveis de celulose para substituir gasolina, diesel e combustível de aviação e algumas opções de bioeletricidade e biorrefinarias – também estarão oferecendo energia a preços competitivos com os das opções não renováveis.
Oceanos: Uma oportunidade para o Brasil não perder
As energias dos oceanos são as cercadas por mais incertezas no relatório do IPCC sobre fontes renováveis. As tecnologias para a exploração do potencial energético de ondas, marés, correntes, gradiente térmico e gradiente de salinidade do mar são as menos maduras, em comparação com as outras fontes analisadas. Os estudos sobre o potencial técnico dessas diferentes fontes indicam grande variabilidade. O potencial estimado para extração da energia dos oceanos, por exemplo, varia de 7 a 331 EJ/ano. Devido ao pequeno número de protótipos em operação, ainda não se tem dados relevantes quanto aos custos, impactos ambientais, facilidades e dificuldades de integração com os sistemas de distribuição. Isto porque, com exceção da tecnologia de marés com utilização de barragens, que tem algumas unidades comerciais em funcionamento no mundo, todos os demais desenvolvimentos estão em fase de protótipo pré-comercial.
É exatamente esse quadro de aparente desvantagem para as energias do mar que Segen Estefen, 
Segen Estefen 2 IPCC 2011
Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, coordenou o capítulo oceanos.
diretor de Inovação da Coppe e coordenador do capítulo que tratou do tema no relatório do IPCC, aponta comouma grande oportunidade estratégica que gostaria de ver o Brasil aproveitando. “Esse é um campo em que o Brasil pode fazer a diferença. Justamente porque a tecnologia ainda não está madura, há uma janela de oportunidade para quem quiser investir e sair na frente, inovando no mercado mundial”, diz Segen. Para ele, com exceção da energia da biomassa, campo em que os brasileiros estão estabelecidos e são reconhecidos, nas demais fontes renováveis – como a eólica e a solar – as possibilidades de avanços tecnológicos de peso são reduzidas. “Essas tecnologias já estão avançadas e o Brasil deverá ser apenas usuário delas, com poucas chances de liderar”, avisa.
Considerando o vasto conhecimento acumulado pelos brasileiros na engenharia offshore para produção de petróleo, área em que o país tem liderança indiscutível, o professor da Coppe considera que o Brasil está em posição privilegiada para se tornar líder na exploração das energias do oceano. Para isso, seria necessário o governo tomar a decisão estratégica de investir para consolidar uma posição de destaque nessas tecnologias.
Segen alerta, porém, que “essa janela de oportunidade só ficará aberta por no máximo 10 anos. Depois disso será tarde”. Grandes empresas internacionais associadas a pequenas e médias empresas de base tecnológica, por exemplo, já estão investindo no desenvolvimento tecnológico para o aproveitamento de energias do oceano. O governo britânico fixou como meta ter em 2020 uma potência instalada de 2 GW, o que significa multiplicar por seis a atual potência instalada no mundo. Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Portugal atualmente trabalham na fixação de metas semelhantes.
bolhas
A Coppe está ultimando a instalação de um protótipo pré-comercial de usina de ondas no porto do Pecém, no Ceará, uma parceria com a empresa Tractebel. Será a primeira da América Latina. Mas Segen gostaria de ver um programa mais ambicioso de desenvolvimento tecnológico na área, envolvendo mais universidades, empresas e diferentes formas de exploração das energias do mar. Estimativas preliminares da Coppe apontam um bom potencial para exploração de ondas em quase todo o litoral brasileiro. Nas regiões Nordeste e Norte, as marés e os gradientes térmicos também têm potenciais relevantes.
A tecnologia para produção de eletricidade a partir de gradientes térmicos ao longo da profundidade dos oceanos consiste em explorar a diferença de temperatura entre a água do fundo do mar, mais fria, e a da superfície, mais quente. A água da superfície é colocada numa câmara de vácuo, onde entra em ebulição, produzindo o vapor que movimenta uma turbina para gerar eletricidade. Em seguida, a água mais fria trazida do fundo do mar condensa o vapor, transformando-o novamente em líquido. Experimentos realizados em outros países esbarraram algumas vezes na dificuldade de trazer para a superfície a água do fundo do mar – tarefa que, segundo Segen, será trivial para quem, como os brasileiros, já extraem petróleo a mais de mil metros de profundidades e terá que ir a profundezas ainda maiores para explorar o pré-sal.
Outra grande vantagem da energia dos oceanos é a possibilidade de ser combinada a tecnologias de dessalinização de água.
Hidrelétricas: ainda há muito potencial a explorar, mas com limitações sociais e ambientais
colagem hidrelétricas 200
Contribuindo atualmente com 16% da energia elétrica produzida no mundo, a hidreletricidade é a principal fonte de energia renovável do setor elétrico. Apesar de tão amplamente explorada, ainda tem um grande potencial de aproveitamento. Segundo o relatório do IPCC, o potencial técnico total para geração de hidreletricidade no mundo é de 52,47 EJ por ano, o que corresponde a uma capacidade instalada de 3.734 GW – quatro vezes a atual capacidade instalada, de 926 GW. A maior parte desse potencial ainda inexplorado está na África, Ásia e América Latina, mas também há aproveitamentos possíveis nos EUA e na Europa.
Segundo Marcos Freitas, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe que participou do relatório do IPCC como um dos autores do capítulo sobre a energia hidrelétrica, o potencial de aproveitamento no Brasil é um dos maiores do planeta, cerca de 250 GW. O país aproveita cerca de 25% desse total. A maior parcela do potencial inexplorado está concentrada na Bacia Amazônia, onde o Brasil detém 100 GW e onde há mais 100 GW pertencentes aos países vizinhos. O total da Bacia Amazônica, diz Marcos, pode representar “um pré-sal renovável, pois equivale a 3 milhões de barris de petróleo por dia”.
Além do vasto potencial ainda passível de exploração no mundo, a hidreletricidade é uma fonte confiável, com tecnologias maduras e preços competitivos. Isso significa que tem um significativo potencial de redução das emissões de carbono para mitigação das mudanças climáticas. Mas o relatório do IPCC alerta que os aspectos ambientais e sociais representarão os principais desafios aos empreendimentos hidrelétricos, se não forem cuidadosamente administrados.
Marcos Freitas2 IPCC 2011
Marcos Freitas, professor da coppe, é autor do capítulo hidrelétricas.
De um lado, o documento lista as principais limitações ambientais e sociais das hidrelétricas – mudança no regime de vazão dos rios e na qualidade da água, barreiras à migração de peixes, perda de biodiversidade e desalojamento de populações humanas, para as quais será preciso investir em inovações tecnológicas que melhorem o desempenho dos empreendimentos. De outro lado, o relatório do IPCC aponta nas usinas hidrelétricas a vantagem de poderem ser utilizadas para mitigar a escassez de água doce e regular os eventos extremos de chuvas e secas que serão mais frequentes com as mudanças climáticas.
Limitações para emprego de renováveis são econômicas e não técnicas
Não há limitações de potencial técnico para o emprego das fontes renováveis. De acordo com o Relatório do IPCC, tecnicamente elas poderiam abastecer, com folga, todas as necessidades atuais de energia do planeta. As limitações são de ordem econômica (custos de geração e distribuição mais altos que os preços de mercado); e, em alguns casos, problemas de ordem ambiental e social – como é o caso de algumas matérias-primas para a produção de biocombustíveis e seus impactos sobre o meio ambiente, a competição com a produção de alimentos e os efeitos da construção de hidrelétricas sobre a biodiversidade e os meios de sustento de grupos humanos locais.
Na área de combustíveis líquidos, a produção de etanol cresceu 10% (7 bilhões de litros) em 2009 e a de biodiesel subiu 9% (2 bilhões de litros). O Brasil e os Estados Unidos responderam, respectivamente, por 54% e 35% da produção global de etanol a partir de biomassa em 2009.
A energia eólica cresceu 32%, adicionando 38 GW ao parque instalado no mundo; as hidrelétricas ganharam mais 31 GW, com um aumento de 3%; a energia solar fotovoltaica para geração de eletricidade cresceu 53% (mais 7 GW); a energia solar para aquecimento de água aumentou 21% (mais 31 GWth) e a energia geotérmica cresceu 4%. Esta última é importante em alguns países onde há potenciais expressivos, como Chile, México, Filipinas, Índia e Estados Unidos e já tem tecnologia comercial disponível.
Quanto à energia dos oceanos, não entra nessa lista porque é a mais incipiente das seis fontes renováveis estudadas no relatório. Com exceção de usinas comerciais de marés, que, somadas, não superam os 300 MW de potência, e uma nova usina que entrou recentemente em operação na Coréia do Sul, com 255 MW de potência, as demais instalações existentes estão em fase pré-comercial.
[10/05/2011]

Campus Sorocaba entrega relatório do "Projeto Verde" à Prefeitura Municipal

6/05/2011 - 14:05


A docente do campus Sorocaba da UFSCar, Fátima Piña Rodrigues entregou, no dia 20 de maio, o relatório do "Projeto Verde" à Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Sorocaba. O Projeto foi realizado ao longo de três anos e fez um estudo detalhado das zonas Oeste e Norte da cidade e o levantamento das áreas com remanescentes de florestas com potencial para a conservação. As zonas escolhidas para o estudo foram consideradas como prioritárias por serem as de maior crescimento imobiliário e industrial da cidade.

De acordo com a professora Fátima, "para que o desenvolvimento da cidade de Sorocaba ocorra de forma sustentável, equilibrado com o meio ambiente, torna-se importante definir quais são os locais que devem ser protegidos, aqueles que necessitam ser recuperados e as áreas passíveis de receberem vias urbanas e expansão", explica. Nesse sentido, o estudo foi inovador e considerou o tamanho das áreas e sua localização em especial, como indicadores para a formação de corredores para o fluxo da fauna entre as áreas de vegetação.

O resultado mais surpreendente, segundo Fátima, foi o encontro de espécies raras como jequitibá, louro pardo e perobas em várias manchas de vegetação da cidade. Alguns locais do estudo também foram marcados como fonte potencial para fornecer sementes para a restauração de áreas degradadas na Bacia do Rio Sorocaba e Tietê. Uma destas áreas indicadas no projeto poderá, em breve, se tornar um parque municipal na zona Norte, aumentando a área verde por habitante, o que, na opinião da professora, será um passo importante para o município fazer parte do Projeto "Município Verde-Azul", do governo do Estado de São Paulo.

O projeto contou com a participação do curso de Engenharia Florestal e do Grupo Semear do campus Sorocaba da UFSCar e do professor Nobel Penteado da Universidade de Sorocaba (Uniso). Mais informações sobre o "Projeto Verde" podem ser adquiridas pelo e-mail fpina@ufscar.br.

O maior aquário para uma enorme biodiversidade

 DO IVT - 24/05/2011

Um local de 18,6 mil m², com 24 tanques de aquários, somando 6,6 milhões de litros de água. Capacidade para sete mil animais, entre mais de 200 espécies, como peixes, jacarés e sucuris. Este será o maior aquário de água doce do mundo, o Aquário do Pantanal – Centro de Estudos da Ictiofauna Pantaneira, cuja ordem de serviço para início das obras foi assinada ontem (23), em Campo Grande (MS).
Estavam presentes na solenidade o ministro do Turismo, Pedro Novais, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e a ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti. O investimento do governo do estado no projeto é de R$ 84,7 milhões.
Além de um empreendimento que vai atrair turistas de todo o país e do mundo, com capacidade para 20 mil visitantes por dia, o aquário servirá como um centro de estudos, abrindo oportunidade para que estudantes, cientistas e pesquisadores se aprofundem sobre questões ambientais e a biodiversidade brasileira.
“Este é um empreendimento ousado”, disse o ministro Pedro Novais. “Vai beneficiar a educação, a cultura, a pesca, o meio ambiente e os estudos na área de ciência e tecnologia. Mas os principais beneficiados com a obra serão o setor de turismo e a população sul-matogrossense”, complementou.
O espaço também vai abrigar um centro de conferências, laboratórios e biblioteca para livros e teses sobre o Pantanal. No local também haverá aulas de educação ambiental e pesquisas voltadas à conservação dos ecossistemas aquáticos. O projeto do aquário foi desenhado pelo arquiteto Ruy Othake.
Pantanal
Com uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, 68% da área pantaneira está situada no estado do Mato Grosso do Sul. Patrimônio nacional e mundial, a região possui mais de duas mil espécies de plantas, além de uma enorme diversidade de animais aquáticos e terrestres.
Fonte: Mtur

Maricultura em São Paulo


No dia 3 de junho, das 13h30 às 18 horas, o Instituto Oceanográfico (IO) da USP promove o VI Seminário de Manejo Integrado: o desenvolvimento da maricultura no Litoral do Estado de São Paulo.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas antecipadamente pela internet. O seminário ocorre no auditório “Professor Plínio Soares Moreira”, no IO, que fica na Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária São Paulo.
O seminário tem como objetivo discutir a proposta de desenvolvimento da maricultura no Litoral do Estado de São Paulo focando nas políticas públicas do setor, no histórico do processo de identificação e concessão de áreas e nos procedimentos de licenciamento sob uma perspectiva integradora voltada a conciliação de usos e interesses de diferentes atores na região.

Projeto sustentável de moradia ensina oficio a moradores


Moradores do Sepé Tiaraju na construção das casas
Mais de 100 famílias de dois assentamentos rurais do estado de São Paulo foram beneficiadas por um projeto que viabilizou melhorias como rede de água e esgoto e instalação elétrica em casas que tinham pouca ou nenhuma estrutura. Por intermédio de um estudo de doutorado desenvolvido na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, o arquiteto Ivan Manoel Rezende Do Valle possibilitou aos moradores dos assentamentos Pirituba II, em Itapeva, e Sepé Tiaraju, em Serra Azul, a construção de novas moradias construídas em sistema de mutirão. “Cada um foi responsável por uma parte da construção”, conta Do Valle, que foi o responsável pelos projetos de coberturas das casas, usando madeira de florestas plantadas (eucaliptus e pinus), explorando também o conceito de sustentabilidade.
A tese de Do Valle, intitulada A pré-fabricação de dois sistemas de cobertura com madeira de florestas plantadas. Estudos de casos: os assentamentos rurais Pirituba II e Sepé Tiaraju,  está vinculada a dois projetos de pesquisa desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade (HABIS), do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da EESC, e pela Universidade Federal de São Carlos (UFscar). Na USP, a coordenação é do professor Akemi Ino. O professor Ioshiaqui Shimbo é o responsável pela coordenação na UFscar. Os pesquisadores do projeto ficaram um ano e meio em cada assentamento, realizando viagens semanais desde a base em São Carlos. Em Pirituba II, foram atendidas 49 famílias entre 2005 e 2006, e em Sepé Tiaraju 77, entre 2007 e 2008. O arquiteto descreve como o processo era simples: em cada comunidade se montava uma espécie de uma marcenaria para a pré-fabricação dos componentes das moradias.
Incubação
O assentamento de Pirituba II teve um diferencial em relação ao de Sepé Tiaraju: a incubação das marcenarias. No assentamento de Itapeva, os moradores receberam treinamento para o ofício de marcenaria e iniciaram a produção de esquadrias de portas e janelas, além dos componentes das coberturas. Em forma de mutirão, eles adquiriram este conhecimento e passaram a trabalhar com marcenaria. Hoje há um número ainda maior de moradores com este conhecimento, repassado pelos pioneiros do projeto. Fazem parte destes pioneiros um grupo de mulheres já com mais de 40 anos, que, sem deixar de realizar o trabalho de casa, iam se juntar à marcenaria, para aprender ofícios que podiam ajudar em sua renda.
As marceneiras de Pirituba II
Em Sepé Tiaraju não houve incubação e, por consequência, não existiu a geração de trabalho e renda, pois a própria infraestrutura do assentamento era mais precária. Pirituba II já possuia galpões vazios de antigas fazendas, e o Sepé teve de improvisar um. Assim, a marcenaria limitou-se à confeccção dos componentes da cobertura (os painéis pré-fabricados) para as 77 casas.
Do Valle ressalta a importância da incubação: “por gerar trabalho e renda para os moradores, o processo acabou sendo um incentivo para eles ficarem por ali e não migrarem para outras áreas rurais ou urbanas”.
Forro
Segundo o pesquisador, a verba disponível era de aproximadamente R$10mil por casa e foi concentrada na compra de materiais, não havendo gasto com mão de obra. Com valores reajustados em dezembro de 2008, as coberturas de Pirituba II custaram R$3.047,00 cada, e a do Sepé Tiaraju R$3.005,00.
Produção do painel pré-fabricado na marcenaria (Sepé Tiaraju)
O arquiteto considera que a cobertura proposta para as casas do assentamento de Sepé Tiaraju tem qualidade superior devido a presença do forro. Enquanto em Pirituba II ele foi colocado apenas em algumas casas com recurso particular e individual, no Sepé o forro fez parte do processo de pré-fabricação e esteve presente em todas as coberturas. Também lá a produção foi mais rápida: 4 dias, contra 7 de Pirituba II.
O pesquisador concluiu que o processo de pré-fabricação de sistemas de cobertura com madeiras plantadas é viável em todos os critérios da sustentabilidade: ambiental, econômico, social, cultural e político, mesmo nas condições precárias do assentamento rural, e que as pessoas envolvidas na produção se organizaram, se capacitaram e produziram uma cobertura mais barata e de melhor qualidade, diferente da convencional. Do Valle ainda acrescenta que foi importante introduzir o processo participativo para a pré-fabricação, associado à industria e a regiões urbanas, nos assentamentos rurais, e destaca a relevância da experiência, dada a importância que a moradia tem para aquelas famílias, que há tempos lutam para ter uma moradia digna.
Fotos cedidas pelo pesquisador Ivan do Valle
Mais informações:  vallefau@unb.br