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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Curativo de óleo de açaí é eficiente para problemas de pele



O óleo de açaí juntamente com curativo para lesões pode acelerar a regeneração da pele
Com o objetivo de aliar as propriedades regenerativas do óleo de açaí com os hidrogéis de polivinilpirrolidona (PVP), específicos para lesões de pele, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), associado à USP, criou um dispositivo que pretender unir e potencializar o poder de cura para queimaduras e doenças, como dermatites.
O dispositivo, que ainda está em fase de testes, irá prevenir e tratar condições anormais da pele, como dermatites, escamações e ressecamento, e auxiliará no processo de regeneração da mesma. “A ideia inicial era unir os benefícios do óleo açaí, que é rico em ácidos graxos essenciais e com um grande poder de regeneração do tecido epitelial, com os hidrogéis PVP, que são os curativos que apresentam bons resultados em casos como queimaduras”, relata Ana Carolina Henriques Ribeiro Machado, pesquisadora responsável pelo desenvolvimento do dispositivo.
Entre os ácidos graxos essenciais presentes no açaí estão o Ômega 3,6 e 9, além de uma grande quantidade de anti-oxidantes, todos fundamentais para acelerar o processo de regeneração da pele. Por outro lado, o hidrogel de PVP funciona como uma espécie de curativo rico em água, que hidrata e não gruda no ferimento. Devido a essas características, o PVP é amplamente utilizado em tecidos ressecados ou que sofreram queimaduras.
Radiação
O principal desafio da pesquisa foi unir elementos insolúveis como a água e óleo. “Pelo PVP ser formado por 90% de água em forma gelatinosa, tivemos dificuldade em misturar a solução de óleo de açaí no dispositivo”.
Por meio de radiação controlada, tornou-se possível unir as moléculas e, com isso, formar uma rede que conecta a água ao óleo. “Os resultados foram animadores, principalmente depois que constatamos que os anti-oxidantes presentes protegeram a composição de ácidos graxos do óleo de açaí, o que certamente também acontecerá na pele ressaltando os benefícios do açaí ”, afirma Ana.
Após a inserção do óleo de açaí no dispositivo, foram realizados testes em dois dispositivos diferentes de hidrogel de PVP para verificar a irritação cutânea em animais e a liberação durante 24 horas do óleo sobre o ferimento.
“Os resultados dos testes foram animadores. Eles demostraram que o sistema foi eficiente na liberação do ativo de açaí e que o produto tem grande potencial de mercado e custo reduzido”, conclui Ana.
A pesquisa foi orientada pelo professor Ademar Benévolo Lugão, diretor do Ipen, e ainda aguarda mais testes in vitro e in vivo para sua implementação em humanos.
Mais informações: achribeiro@hotmail.com

domingo, 28 de agosto de 2011

Universidades farão parte do Grupo de Gerenciamento Costeiro



As universidades que desenvolvem pesquisas sobre o litoral brasileiro terão assento no Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (GI-Gerco). Esse espaço para academia foi aprovado na 40ª Sessão Ordinária do GI-Gerco, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, neste mês.


26/08/2011

Universidades farão parte do Grupo de Gerenciamento Costeiro

Carlos Américo
As universidades que desenvolvem pesquisas sobre o litoral brasileiro terão assento no Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (GI-Gerco). Esse espaço para academia foi aprovado na 40ª Sessão Ordinária do GI-Gerco, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, neste mês.
Para a chefe da Gerência Costeira do MMA, Leila Swerts, isso representa a possibilidade de orientação mais técnica ao grupo. Além disso, os membros do GI-Gerco vão poder acompanhar os novos estudos realizados pelas universidades sobre o litoral. O representante será escolhido pelo Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências do Mar (PPGMar).
O Ministério do Meio Ambiente solicitou aos membros do Gi-Gerco dados sobre ondas, marés e características oceanográficas para a calibração do Sistema de Modelagem Costeiro (SMC-Brasil ). Parceria Brasil-Espanha, o SMC permite prever mudanças no desenho da costa brasileira em função de intervenções físicas e conta com uma base de dados de ondas e de nível de marés da costa brasileira dos últimos 60 anos. Com o sistema, gestores terão bases mais consistentes para a tomada de decisão.
Ainda foi apresentada a proposta de criação do comitê gestor do sistema a fim de garantir a implementação do SMC-Brasil a partir de 2013 . Atualmente, o projeto piloto é desenvolvido na praia de Massaguaçu, no estado de São Paulo. Lá, foi diagnosticado áreas de erosão. Com base nas informações levantadas pelo SMC, especialistas e gestores trabalham em soluções para reverter o dano.
Na reunião, também foi apresentado o trabalho de revisão da Agenda Ambiental Portuária, parte do Plano de Ação Federal para a Zona Costeira. De acordo com Swerts, a revisão vai atualizar a Agenda, agora com a participação da Secretaria de Portos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários. A Agenda deve enfrentar ainda novos desafios, como a gestão de resíduos e o papel dos portos na recepção de turistas na Copa 2014.
Ministério do Meio Ambiente

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

sábado, 20 de agosto de 2011

A Copa do Mundo já tem seus derrotados


Por GUILHERME BOULOS*
As primeiras reações à escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo 2014 foram de festa.
De certo modo justificada: depois de mais de 60 anos, o país que tem o futebol como uma marca de cultura popular, com centenas de milhares de campos de várzea espalhados por todos os cantos, poderia voltar a ver de perto o maior evento futebolístico do planeta.
O menino da favela poderia, quem sabe, ir ao estádio ver seus maiores ídolos, que costumam se exibir apenas nos campos europeus. Um sonho…
Que não tardou muito em gerar desilusão.
De início, apareceu o incômodo problema de quem iria pagar a conta.
E veio a resposta, ainda mais incômoda, de que 98,5% do gordo orçamento do evento seriam financiados com dinheiro público, segundo estudo do TCU.
Boa parte do BNDES, é verdade.
Mas o capital do BNDES é alimentado pelo Orçamento Geral da União, portanto, dinheiro público, apesar dos malabarismos explicativos do Ministro dos Esportes.
Dinheiro que deveria ser investido no SUS, na educação, em habitação popular e tantos outros gargalos mais urgentes do país.
A questão torna-se ainda mais grave quando, motivado pelo argumento do tempo curto até 2014, o controle público dos gastos corre sério risco.
A FIFA impõe contratos milionários com patrocinadores privados. E o presidente do todo-poderoso Comitê Local é ninguém menos que Ricardo Teixeira, que dispensa comentários quanto à lisura e honestidade no trato com dinheiro.
Estes temas têm sido amplamente tratados pela grande imprensa.
No entanto, há uma outra dimensão do problema, infelizmente pouco abordada. E não menos grave.
Trata-se das consequências profundamente excludentes dos investimentos da Copa nas 12 cidades que a abrigarão.
Três anos antes da bola rolar, esta Copa já definiu os perdedores. E serão muitos, centenas de milhares de famílias afetadas direta ou indiretamente pelas obras.
Somente com despejos e remoções forçadas já há um número de 70 mil famílias afetadas, segundo dossiê de março deste ano produzido pela Relatora do Direito à Moradia na ONU, Raquel Rolnik.
E estes dados foram obtidos unicamente através de denúncias de comunidades e movimentos populares.
O que significa que os números tendem a ser muito maiores.
A Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos solicitou a representantes governamentais do Conselho das Cidades um dado estimado de famílias despejadas e recebeu a resposta de que este levantamento não existe. O Portal da Transparência para a Copa 2014 tampouco fornece qualquer informação. Há uma verdadeira caixa-preta entorno dos números.
Isso facilita que qualquer processo de remoção receba o carimbo da Copa e, deste modo, seja conduzido em regime de urgência, sem negociação com a comunidade e passando por cima dos direitos mais elementares.
E, o que é pior, na maioria dos casos não há qualquer alternativa para as famílias despejadas. Quando há, são jogadas em conjuntos habitacionais de regiões mais periféricas, com infra-estrutura precária e ausência de serviços públicos.
Não é demais lembrar que, na África do Sul, milhares de famílias continuam hoje vivendo em alojamentos após terem sido removidas para a realização da Copa 2010.
Quem sorri de orelha a orelha é o capital imobiliário.
As grandes empreiteiras e, principalmente, os especuladores de terra urbana se impõem como os grandes vitoriosos. Nunca ganharam tanto.
Levantamento recente do Creci-SP mostra que em 2010 houve uma valorização de até 187% de imóveis usados em São Paulo e um aumento de até 146% no valor dos aluguéis. A rentabilidade do investimento imobiliário superou a maior parte das aplicações financeiras Para este segmento a Copa é um grande negócio.
Quem perde com isso é a maior parte do povo brasileiro. O trabalhador que ainda podia pagar aluguel num bairro mais central é atirado para as periferias. E mesmo nas periferias, os moradores são atirados para cidades mais distantes das regiões metropolitanas.
As obras da Copa desempenham um papel chave neste processo de segregação. O exemplo de Itaquera não deixa dúvidas: os preços de compra e aluguel dos imóveis dobraram após o anúncio da construção do estádio. Aliás, não se trata de um fenômeno apenas nacional: as Olimpíadas de Barcelona (1992), por exemplo, foram precedidas de um aumento de 130% no valor dos imóveis; em Seul (1988) 15% da população sofreu remoções. A conta costuma ficar para os mais pobres.
Isso quando não se paga com a liberdade ou a vida. Na África do Sul, durante a Copa 2010, foi criada por exigência da FIFA uma legislação de exceção, com tribunais sumários para julgar e condenar qualquer transgressão. O Pan do Rio foi precedido de um massacre no Morro do Alemão, com dezenas de mortos pela polícia, supostamente “traficantes”. Despejos arbitrários, repressão ao trabalho informal, manter os favelados na favela e punir exemplarmente qualquer “subversão”, eis a receita para os mega-eventos. Receita que mistura perversamente lucros exorbitantes, gastos públicos escusos e exclusão social.
*Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), militante da Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos e da CSP Conlutas (Central Sindical e Popular).
por Juca Kfouri às 00:01

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

19/08/2011 - 03h00 Praias do litoral norte de SP têm pior poluição em dez anos


Em 2010, o litoral norte de São Paulo, que abriga praias badaladas como Maresias, Juqueí, Camburi e Baleia, atingiu seu pior índice de poluição dos últimos 10 anos.
Veja a qualificação das praias de SP nos últimos dez anos
Apenas 29% dos 83 pontos onde a água foi analisada receberam classificação "própria" em 100% do tempo.
O grande responsável pela piora dos índices de balneabilidade, segundo o relatório das praias divulgado ontem pela Cetesb (agência ambiental estadual), é o despejo de esgoto doméstico no mar.
É comum, nas praias do litoral brasileiro, a falta de um sistema eficiente de coleta.
No litoral norte, muitas casas, inclusive as de alto padrão, jogam dejetos nos córregos que cortam a planície costeira. Tudo, então, é levado até o oceano Atlântico.
Quando chove muito, a situação piora, pois mais esgoto acaba chegando ao mar.
Um caso típico de casas poluindo o rio ocorre em Toque-Toque Pequeno, no município de São Sebastião. A praia, desde 2008, é rotulada como regular pela Cetesb.
"A tendência do litoral norte, se formos considerar o início da década, é de piora", diz Claudia Lamparelli, gerente da Cetesb. "Mas em 2010 nós tivemos um episódio atípico em 9 de maio", pondera ela.
Segundo Lamparelli, uma chuva forte, associada a ressaca, ajudou a derrubar o índice. A piora, afirma ela, não teria sido tão significativa, se a tempestade não tivesse ocorrido perto do dia em que as águas foram coletadas.
O índice baixo de 2010 contrasta com as taxas superiores a 50% aferidas nos três primeiros anos da década.
O esgoto doméstico em circulação nos municípios do litoral norte --a Cetesb considera que a região é formada por São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba-- está ligado ao significativo crescimento populacional.
"Existe muita ocupação irregular, onde não há rede de esgoto. A região, além de turistas, tem atraindo pessoas que vão efetivamente trabalhar por lá", afirma a técnica.
Os números de saneamento do litoral norte ajudam a sustentar a tendência de piora da qualidade das praias. Apenas 37% do esgoto é coletado nessa região da costa e, em Ilhabela, 4% da população tem rede de esgoto.
Em 2010, mostram as tabelas oficiais, apenas cinco praias, em todo o litoral paulista, ganharam a classificação "ótima" da Cetesb.
Sobem ao pódio Prumirim, Itamambuca e Pulso, todas localizadas em Ubatuba. E as praias da Jureia (Iguape) e do Pontal (Ilha Comprida), no litoral sul do Estado.