Pesquisar este blog

sábado, 31 de março de 2012

Relatoria Sekuela

Clique na imagem para ampliar
Se quiser ler a versão em PDF clique aqui.

Renan Parmigiani

terça-feira, 20 de março de 2012

Morador de Palafita










Pelas ruas da cidade, tentou observar o céu, mas só viu prédios que pareciam engolí-lo. Nasceu na cidade litorânea de São Vicente e, desde então, era lá onde vivia. Querendo ou não. Conhecia muito sobre mangue, já que morava em cima de um. Cinco irmãos. Ele o mais velho, tentava ajudar a mãe com os gastos do mês. Começou a trabalhar como autônomo na construção de uma fábrica de cimento. Era bom, era perto de casa. E ainda, descolava uma grana no fim do mês. Podia até sair com os amigos aos sábados. Que nem faziam os jogadores de futebol de Santos. Preferia morar lá. Cidade bonita, limpa, quanta gente bonita!

Exausto, chegava em casa, pedia a bênção à mãe, beijava os irmãos e se lamentava pelo pai não estar em casa. O pai estava morando em Cubatão para trabalhar na obra de uma outra empresa, mas, aos finais de semana, visitava a família e trazia dinheiro. Cansado, súor na testa, raiva no coração. Como aquele lugar era fedido! O esgoto ali, a céu aberto. Exposto, posto perto de casa. Estranho, por quê no centro não era assim?
O esgoto. Nojo. De onde vem? Das nossas casas. Só delas? Como acabar com isso? Quem deveria se responsabilizar por isso? Afinal, mesmo exausto, cansado, acabado, ainda tinha telencéfalo desenvolvido e polegar opositor, como todos outros. Como os moradores do centro, como os moradores de Santos. Como o pai, a mãe, o José, o João, a Maria, o irmão mais novo e o vizinho. 
Não dormiu bem aquela noite, sentiu inveja, raiva, quis ser o homem mais rico do mundo! O sono veio. O outro dia também. Mais um dia de trabalho pesado e deixou com que suas indagações fossem embora junto com o esgoto. Afinal, é preciso agradecer a Deus, poderia não ter nada. Afinal, seu time vai muito bem nos campeonatos. Afinal, aos finais de semana, sai com os amigos e azara meninas lindas. Afinal, ele é morador de palafita.
Danielle Almeida de Carvalho/ Bartira

domingo, 18 de março de 2012

Pergunte!


Quais os problemas (ou soluções) observados na cidade de São Vicente? 

Soluções?


Ao parar para tentar analisar a realidade que nos cerca, milhares de perguntas borbulharam na minha cabeça e aposto que na de você também. Digamos que, questionar  a si mesmo e sobre as coisas ao seu redor, faz você rever muitos conceitos e observar coisas que antes eram imperceptíveis aos olhos.

"Como a UNESP é vista na cidade? O que fazer para melhorar a segurança? Há habitações apropriadas para todas as pessoas? Por que há ocupação de locais inapropriados? Como é a percepção dos moradores com relação ao espaço que ele está situado? Os habitantes têm condições e querem sair desses lugares? Por que tirar os habitantes de áreas de Mata Atlântica e colocá-los sobre um manguezal? Como funcionam as políticas para construção de conjuntos habitacionais? Como o manguezal é visto pela sociedade? Qual é a importância ecológica dos manguezais? Por que lá tem tanto lixo? O lixo que sai de nossas casas vai parar onde? Como o esgoto é tratado? Por que o canal é tão sujo? O que é a canalização? O que é ruim para a sociedade? Será que a presença de árvores melhora a qualidade de vida? O poder público tem atendido de forma simétrica as necessidades das diferentes áreas da cidade? Existem programas de coleta seletiva?  Como esses programas recebem os materiais? Por que reciclar? O lixo que eu separo tem um destino correto?"

Mas por que só surgiram dúvidas e não respostas? Verdade seja dita: Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas!



Fernanda Lopes  (Pitty)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Quantos anos você tem?


— Quero dizer — disse ela — que ninguém pode fazer nada para não envelhecer.
— Uma pessoa não pode — retrucou Humpty Dumpty —, mas duas podem. Com a adequada assistência, você pode parar aos sete anos.
— LEWIS CARROLL, ALICE NO PAÍS DOS ESPELHOS

                Na aula de sexta-feira o professor propôs uma discussão sobre o texto “As cegueiras do conhecimento: O erro e a ilusão”, de Edgar Morin, este aborda um conceito um tanto inusitado sobre ilusão que foi o enfoque nas discussões. Diferente do conceito global de ilusão “engano dos sentidos ou da inteligência” (Dicionário Michaelis), o autor a nomeou como uma realidade incomprovada por meios empíricos no qual pode ou não cruzar com o irreal, além disso, ela não pode ser desprezada, por mais que no nosso entendimento pareça ilógico, isso ocorre, pois a ilusão e o erro citados pelo autor desencadeiam a aprendizagem, a criação do conhecimento. Como ilustração podemos lembrar do heliocentrismo que era considerado mera ilusão há alguns séculos, e em contraponto também a descoberta do DNA com 3 hélices que foi considerado no ramo científico, no entanto anos mais tarde foi dada como uma mera ilusão rejeitada pela ciência devido outras pesquisas, ou seja, os ideais estão em constante mudanças e com isso seu rótulo de ilusão.
                Para um entendimento mais concreto assistimos em aula o filme “Onde sonham as formigas verdes”, que mostra a ilusão a partir da percepção de cada indivíduo, de cada cultura. Nele a cultura dos aborígenes e suas crenças são parte da realidade naquele ambiente, sendo considerada uma ilusão pelo fato de não apresentar comprovamentos empíricos. A ilusão como também demonstra o filme, pode ser a precursora de um erro como no caso da personagem idosa que espera o seu cachorro que nunca irá voltar, suas emoções não permitiram pensar com clareza reproduzindo seu erro até o final do filme. Analisando por esse lado poderíamos pensar que o sentimento desvinculado da razão poderia trazer um conhecimento livre de ilusões e erros, porém muitas vezes é a partir desse sentimento que o conhecimento e a educação se formam.
         Outro ponto do filme que se correlaciona com o texto apresentado pelo professor, foi o fato de os homens brancos construírem um mercado em um lugar sagrado para os aborígenes, sem aceitarem as ilusões envolvidas exemplificando um erro intelectual, no qual o indivíduo “resiste a informação que não convém ou não consegue assimilar”. Esse tipo de atitude leva ao calar de muitos povos como ocorre na cena do julgamento, mostrando a morte de uma cultura. Percebe-se claramente nos homens brancos uma mente que se enfraqueceu, conceitos que se engessaram e horizontes que se definharam... destruindo o nascer de muitas ideias... E assim uma pergunta lhe resta: ninguém pode fazer nada para não envelhecer?


Michelle Corrêa de Araujo

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ilusão x Conhecimento


Na aula de hoje, ministrada pelo Professor Davis, discutimos o capítulo 1 do livro Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, de Edgar Morin, intitulado As Cegueiras Do Conhecimento: O Erro E A Ilusão. Na abertura do capítulo, Morin afirma que Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão, porém o significado de risco não está atrelado a um problema para o conhecimento, erro e ilusão fazem parte de sua construção.

Foi citado como exemplo o filme Este Mundo É Dos Loucos (Phillippe de Broca, 1966), onde, numa situação de guerra permaneceram na cidade apenas oshabitantesde um manicômio que negam-se à partir, pois agora que estão sozinhos, em suas “realidades” aquele lugar é ideal, ali não há a crueldade de um mundo que vive em guerra, enfim, estão felizes por viverem em suas ilusões. Na nossa PERCEPÇÃO do mundo, a loucura/ilusão sempre está nos outros, e nos esquecemos que tanto erro como ilusão não se reconhecem como tais, não têm consciência de si, não sabemos distinguir o que é realidade e o que é ilusão.

O filme passado em aula, Onde Sonham As Formigas Verdes (Werner Herzog, 1984) demonstrou essas diferentes formas de percepção do mundo. A história se passa na Austrália, onde uma grande mineradora à procura de urânio acaba encontrando dificuldades para continuar seu trabalho pela oposição de uma tribo de aborígenes que consideram essa terra sagrada, pois ali sonham as formigas verdes. É difícil para um mundo que vive numa incessante busca por “progresso” entender razões desse tipo, os valores são muito diferentes, a companhia faz ofertas de dinheiro e posses mas nada disso tem valor ou faz sentido para aquela tribo, no entanto, o geólogo responsável pelo projeto, possui uma sensibilidade maior e através do convívio e de conversas com esses aborígenes acaba, depois de muitos conflitos internos sobre conhecimento x ilusão, entendendo as razões daquela tribo e querendo fazer parte dela, pois, segundo ele mesmo, a humanidade perdeu-se calculando a velocidade do distanciamento das galáxias mais distantes no universo. O conflito deste geólogo dá-se, referindo-se a um termo citado em aula estabelecido por Milton Santos, na PSICOSFERA, reino das ideias, crenças, paixões e lugar da produção de um sentido, que faz parte das nossas vidas fornecendo regras à nossa racionalidade. Ou seja, a AFETIVIDADE também faz parte da construção do conhecimento, e não somente a razão. Temos que levar em conta diversos elementos e dimensões.




Na nossa IMPRESSÃO esta imagem está em movimento, mas trata-se apenas da nossa forma de compreender essa verdade, que leva em conta nossa subjetividade em diversas dimensões sociais, afetivas, racionais, psíquicas, biológicas. A construção do conhecimento deve ser levada a esferas globais, que reúnam características capazes de nos permitir alcançar a PERCEPÇÃO DA TOTALIDADE.

Amanda Gerotto

Sejam bem vindos nova turma de Educação Ambiental

Olá a todos,
Sejam bem vindos estimadas e estimados alunos.
Vamso usar esse espaço democrático para crescermos juntos em nossa disciplina.

Ateé semana que vem irei postar alguns documentos para vocês como o plano de curso, inclusive um pdf para ser lido para próxima aula ok?
Abraço
Davis

quinta-feira, 8 de março de 2012