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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Oceanos esquecidos

Cristiane Prizibisczki

30/09/2009, 17:09

O Ministério do Meio Ambiente divulgou na última semana, durante o 6º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), os novos números de áreas marinhas protegidas no país. Atualmente, 1,46% dos cerca de 4,5 mil quilômetros quadrados de oceanos sob jurisdição brasileira estão sob proteção. Há um ano, esse número não passava de 0,5%.




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Apesar do salto, a decretação de novas unidades não é sinônimo de preservação. No mesmo relatório que estampa tal porcentagem também é possível verificar que, deste total, 0,15% são Reservas Extrativistas, 0,11% Parques estaduais ou federais, 0,02% Reservas Biológicas e apenas 0,01% Estações Ecológicas. A maior parcela (1,17%) é de Área de Proteção Ambiental (APA), categoria mais permissiva do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), onde impactos ambientais são admitidos na ausência de zoneamento específico.

Em outubro de 2008, quando São Paulo divulgou a criação de três APAs marinhas ao longo de seu litoral, Maria Tereza Jorge Pádua, ex-presidente do Ibama e colunista de O Eco, já alertava para a ineficiência deste tipo de unidade de conservação. A fragilidade deste modelo se dá, lembrou ela, porque as legislações orgânicas dos municípios se sobrepõem às restrições impostas nas UC´s. Com isso, se um proprietário se sentir lesado, ele pode recorrer na justiça para conseguir usar a área como bem entender.

Para reservas marinhas, que são propriedade apenas da União, este aspecto melhora um pouco. Mas não deixa de ser frágil, já que não leva em conta aspectos muito importantes para a preservação, como os “corredores marinhos”, que deveriam existir, assim como os corredores florestais, para conectar a biodiversidade local.

Diante dos números apresentados pelo MMA no 6º CBUC, em Curitiba, - sobre áreas marinhas e terrestres - , Maria Tereza voltou a chamar a atenção para efetividade das medidas do governo. “APA e nada para a conservação da biodiversidade são a mesma coisa. APA não passa de um ordenamento territorial, então você pode ter de tudo. Na verdade, unidades de conservação que realmente poderiam garantir a conservação são as de uso indireto do recurso, os mais conhecidos são os parques nacionais e as reservas biológicas”, disse, em comentário para O Eco. Apesar das críticas, a ambientalista frisou que o esforço do governo em criar novas áreas protegidas é “inegável”.

Experiência de fora




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A opinião de Maria Tereza, de que unidades com alto grau de restrição de uso são a melhor forma de proteger os ecossistemas marinhos, é compartilhada pelo biólogo Angel Pérez-Ruzafa, professor da Universidade de Múrcia (Espanha) e pesquisador do projeto Empafish. Desenvolvido de forma coordenada entre vários países europeus e suportado pela Comunidade Européia, o projeto tem como objetivo justamente investigar o potencial das diferentes categorias de unidades de conservação marinhas para proteger os ecossistema dos efeitos da pesca.

Durante três anos, pesquisadores de 14 universidades de seis países analisaram os impactos das ações humanas em 20 unidades de conservação em toda costa mediterrânea da Europa e ilhas oceânicas, totalizando cerca de 85 mil hectares de áreas marinhas bastante heterogêneas entre si.

O resultado a que chegaram foi de que, mesmo em ambientes bastante degradados e sobreexplorados, a criação de unidades de conservação restritivas possibilitou uma recuperação significativa dos estoques pesqueiros em apenas dois anos. O aumento da biomassa em tais áreas foi o mais relevante, mas também tiveram destaque o aumento no tamanho dos indivíduos e na diversidade de espécies.

Para Pérez-Ruzafa, o desenho ideal de uma reserva marinha é aquele que integra restrição total com uso sustentável, escala e conectividade. “Teriam que ser reservas não muito grandes, de até 2,3 mil hectares, com um núcleo de proteção integral, onde não se permite nenhum uso, exceto científico e talvez educativo, e uma zona de amortecimento, onde, ali sim, se permite a pesca e a atividade turística. O melhor desenho é também aquele em que se estabelece uma rede de reservas, que não estejam muito afastadas uma das outras e que permitam que exista uma boa conectividade entre uma e outra”, defendeu o pesquisador, em entrevista a O Eco.

A porcentagem ideal, segundo o pesquisador, seria de 20% do total da área oceânica de cada país, meta ainda longe de o Brasil alcançar. “O Brasil tem importantes áreas terrestres para proteger, que são importante não só para o país, mas para o planeta inteiro, principalmente a floresta Amazônica. É lógico que a prioridade seja dada neste assunto, porque ela está muito ameaçada. Mas as áreas protegidas marinhas também são importantes, principalmente onde há muita pressão e atividade humana”, diz.

A saída para o Brasil, em relação às suas áreas marinhas, seria trabalhar estrategicamente em projetos pontuais de preservação, sugere o pesquisador. “O país teria que passar da escala global a que está acostumado com áreas terrestres e começar a pensar em escalas locais, regionais, de governos locais, em desenhos de reservas não muito grandes, mas com interesse pesqueiro e ao mesmo tempo turístico e do ponto de vista da biodiversidade. Falta somente mentalização. Isso é um problema de mentalidade. Sabemos que há pressões externas do resto do planeta para que se ocupem de outros problemas antes das áreas marinhas, por isso, falo de trabalhar em níveis locais.”

Mentalidade brasileira

Além de o Brasil ter outras “prioridades” quando o assunto é preservação, pesa neste esquecimento das áreas marinhas o fato de que o mar é visto apenas como mais uma commoditie, diz o oceanógrafo Frederico Brandini, professor da Universidade Federal do Paraná e também colunista de O Eco. “A percepção do brasileiro sobre o mar é muito pequena. Há um altismo generalizado da importância do mar. Essa é uma questão histórica, cultural e que também passa a ser política”, defende.

Segundo ele, criar áreas protegidas marinhas seria muito mais fácil do que áreas terrestres, já que os oceanos não apresentam um entrave crucial para a criação de unidades de conservação: os conflitos fundiários. Todas as áreas costeiras e oceânicas estão sob poder da União ou da Marinha. Para que uma reserva seja criada, é necessário somente o “não me oponho” dos órgãos governamentais envolvidos, como Ministério do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, por exemplo. Neste cenário, contam apenas interesses governamentais e não do mercado pesqueiro.

Para Brandini, é realmente melhor ter 1,46% de áreas protegidas do que não ter nada. No entanto, este número será ainda mais ineficaz se a criação das unidades não vier acompanhada de ações no entorno das reservas e em relação aos que se beneficiam dela. “Não é apenas você delimitar uma região. O mar é muito mais vulnerável que a terra. Na verdade não vai fazer diferença nenhuma [a criação de unidades] se não se fizer nada pelo resto e se ela não vier junto com a educação das pessoas”, arremata.

Surf e Educação Ambiental

http://www.ecosurfi.org/

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pessoal texto pra amanhã

Desculpem-me se estou enviando em cima da hora, mas o texto a seguir é para amanha.

Davis


http://www.megaupload.com/?d=LV89Q4PT

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Linha do tempo do desenvolvimento da cartografia temática

http://datavis.ca/milestones/

Austrália cria reserva natural que será administrada por aborígines

Sydney (Austrália), 24 set (EFE).- O Governo da Austrália anunciou hoje a criação de da enorme reserva natural Áreas Protegidas pelos Indígenas do Território do Norte, que compreende dois milhões de hectares na região setentrional do país e que administrarão os aborígines.

As autoridades dividiram a superfície na área de Warrdeeken, com 1,4 milhões de hectares de terreno e criada hoje, e o de Djelk, com 670 mil hectares e que será estabelecida amanhã.

Os aborígines administrarão Warrdeeken, onde se encontra arte rupestre com pelo menos 50 mil anos de antiguidade e plantas e animais em perigo de extinção.

"Protegerão a biodiversidade da Austrália e possibilitará o emprego e formação dos aborígines, enquanto fazem o que amam fazer em suas próprias terras", disse o titular australiano do Meio Ambiente, Peter Garrett.

O ministro explicou que mais de 100 grupos aborígines trabalharam juntos durante mais de uma década para conseguir o estabelecimento dessas zonas protegidas.

Os aborígines também terão direito a caçar animais selvagens, como búfalos, para conservar flora e fauna nativa.

domingo, 20 de setembro de 2009

Evolução Houais

volução IMPRIMIR
Datação
1789 cf. MS1

Acepções
■ substantivo feminino
1 ato, processo ou efeito de evoluir
2 Rubrica: termo militar.
padrão formado, constituído ou simulado por uma série de movimentos, esp. de soldados, navios etc. que se dispõem em linha de batalha ou desfile militar (mais us. no pl.); manobra
Ex.: e. do batalhão
3 Derivação: por extensão de sentido.
qualquer série de movimentos desenvolvidos contínua e regularmente, ger. completando um ciclo harmonioso
Ex.:
4 movimento circular; giro, volta
5 todo processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento de um saber, de uma ciência etc.
Ex.:
6 Derivação: por metonímia.
produto de um conhecimento, de uma técnica, de um saber que se desenvolveu
Ex.: a luz elétrica é a e. de séculos de pesquisas
7 Derivação: por extensão de sentido (da acp. 3).
processo gradativo, progressivo de transformação, de mudança de estado ou condição; progresso
Ex.:
8 Rubrica: astronomia.
movimento periódico de um astro em torno de um outro principal; revolução
Ex.: e. dos planetas
9 Rubrica: biologia.
processo através do qual as espécies se modificam ao longo do tempo
10 Rubrica: biologia.
teoria segundo a qual as espécies se modificam ao longo do tempo graças à ação das mutações e da seleção natural
Obs.: cf. darwinismo
11 Rubrica: filosofia.
processo de desenvolvimento natural, biológico e espiritual, discutido no pensamento de Spencer (1820-1903) ou de Bergson (1859-1941), em que toda a natureza, com seus seres vivos ou inanimados, se aperfeiçoa progressivamente, realizando novas capacidades, manifestações e potencialidades

Evolução

segundo os primeiros teóricos sociais, entre os quais Herbert Spencer (1820-1903), processo através do qual uma sociedade se desenvolve progressiva e qualitativamente de modo previsível
Obs.: cf. evolucionismo


Etimologia
lat. evolutìo,ónis 'ação de percorrer, de desenrolar', rad. de evolútum, supn. de evolvère 'rolar de cima, arrojar, despenhar, precipitar, rolar para fora, estender, desdobrar, desenrolar, tirar de, fazer sair, pôr fora; desenrolar, desdobrar, desenvolver'; a noção de 'mudança progressiva de posição ou de natureza no espaço ou no tempo' é relativamente recente, a noção de 'evolução no espaço' tem origem por volta do sXVI, já as noções de 'transformação, mudança, desenvolvimento' surgem por volta de 1670, nas línguas ocidentais; ver vol-

Dicionário Houais

sábado, 19 de setembro de 2009

IV Sapis - Seminário brasileiro sobre áreas protegidas e inclusão social

A quarta edição do SAPIS se realizará em um dos mais importantes centros do debate ambiental no Brasil, a Amazônia, na Universidade Federal do Pará, em Belém, de 22 a 25 de novembro de 2009.

Nesta oportunidade, representantes da comunidade científica, de órgãos públicos, de instituições do terceiro setor, comunidades de áreas protegidas (APs), estudantes, pesquisadores e profissionais brasileiros e aqueles que trabalham com a temática em outros países terão a oportunidade de discutir, ampliar significativamente o debate e apresentar proposições sobre temas importantes relacionados à práxis de planejamento e gestão de áreas protegidas no Brasil e em outras regiões do planeta.

Organize-se e venha compartilhar conosco seus trabalhos e idéias.

http://www.redesapis.org/

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tema norteador dos seminários: Pré-sal e planejamento ambiental

Risco ambiental o pré-sal na área marinha
Impactos ambientais urbanos na baixada Santista
Conflitos entre turismo e o pré-sal
Pré-sal e gerenciamento costeiro
Pré-sal e o porto de Santos
Pré-sal e participação na conservação ambiental
Áreas protegidas e o pré-sal
Legislação e ambiental e o pré-sal

Quartas Sustentáveis - Desenv olvimento Sustentável do Brasi l: uma esquina civilizatória, Marin...

Quartas Sustentáveis - Desenvolvimento Sustentável do Brasil: uma esquina civilizatória, Marina Silva - 16/09 às 18hs.

O Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília
CDS/UnB tem o prazer de convidá-lo para a Palestra da
Quarta-Sustentável:

“Desenvolvimento sustentável do Brasil: uma esquina civilizatória”

Marina Silva
Senadora da República

Data: 16 de setembro de 2009
Horário: 18: 00 horas
Local: Campus da UnB – Auditório da FT
Transmissão ao vivo: http://www.cpce.unb.br/unbtv/quartas.htm - Canal 06


CDS/UNB

Campus Universitário Darcy Ribeiro
Gleba A, Bloco C - Av. L3 Norte, Asa Norte - Brasília-DF, CEP: 70.904-970
(Junto ao Centro de Excelência em Turismo - CET)
Telefones: 55(61) 3368-5594, 3368-4091, 3368-1971, 3368-5815, Fax: 3368-4651
Site: www.unbcds.pro.br unbcds@gmail.com

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Reformulação do Porto do Rio de Janeiro

RIO - Idealizada desde o final dos anos 70 e elaborada em projetos da
Secretaria Municipal de Urbanismo no início desta década, a tão
falada, e adiada, revitalização da Zona Portuária do Rio parece mais
perto de sair do papel agora, quando um acordo da prefeitura com os
governos federal e estadual permitirá construções em terrenos (62% da
União) na área formada pelos bairros Saúde, Gamboa, Santo Cristo e
Caju ? além de parte de São Cristóvão ? até então indisponíveis.

A transformação em um ponto de atração residencial, econômica e
cultural de uma área hoje abandonada pelo esvaziamento de atividade
econômica e evitada por ser considerada perigosa pode vir com o fim do
viaduto da Perimetral, a abertura ao público da orla junto ao Cais do
Porto e o estímulo à construção residencial e empresarial, temas que o
Jornal do Brasil aborda segunda e terça-feira, em várias palestras
reailzadas no auditório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES)..

Projeto tramita na Câmara

Participante da mesa de abertura da conferência A Revitalização da
Zona Portuária do Rio de Janeiro, o secretário municipal de
Desenvolvimento, Felipe Góes, apresentou detalhes do projeto numa
audiência pública na Câmara Municipal, na última sexta-feira. Para pôr
em prática o programa de revitalização, batizado de Porto Maravilha, a
prefeitura depende da aprovação o projeto de lei complementar 26/2009,
que cria a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto
(Cdurp), municipal e destinada exclusivamente a administrar a
intervenção na Zona Portuária, dividida em duas fases.

? A Fase 1, exclusivamente com recursos da prefeitura, terá
investimento em habitação (com 500 novas unidades de moradia
previstas), saneamento e dragagem. Já tem licitações em andamento,
podendo começar ainda em 2009 e terminar em dois anos. Já a fase 2,
numa operação consorciada com os governos estadual e federal, começa
após a aprovação do projeto, com possibilidade de ser iniciada em 2010
e concluída em um período de quatro a cinco anos ? prevê o secretário,
que falará na segunda mesa redonda de segunda-feira na conferência.

Mais moradias

Um dos pontos essenciais para o sucesso do Porto Maravilha é conseguir
atrair moradores para a Zona Portuária, aumentando sua população de 22
mil para 100 mil habitantes. A região administrativa hoje está em 24º
lugar entre as 32 do Rio de Janeiro no ranking municipal do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH).

? Já é consenso em projetos urbanísticos que não adianta tentar
recuperar uma área só com empresas, sem estimular a habitação. Bairros
não se desenvolvem sem pessoas morando neles ? frisa o secretário
sobre o trabalho da Fase 1, que já teria R$ 200 milhões garantidos da
prefeitura.

No total, o Porto Maravilha prevê a utilização de 489 mil metros
quadrados com potencial de construção ? em uma área total de
aproximadamente 5 milhões.

Entre as obras de tráfego e reconstrução de espaço público, a
demolição da Avenida Perimetral, entre a Praça Mauá e a Rodoviária
Novo Rio, dará espaço à área de livre acesso ao Cais do Porto. O
trânsito da Avenida Rodrigues Alves passará para um túnel, enquanto
uma rua paralela ao cais será aberta entre a Avenida Venezuela e a
Rodoviária, para dar vazão ao volume de tráfego da Perimetral e
facilitar, inclusive, o acesso à Linha Vermelha, utilizando terrenos
da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

Este mesmo trecho, junto à Leopoldina, é alvo da maior polêmica gerada
pelo projeto, já na Fase 2, de operação consorciada entre governos
municipal, estadual e federal e com orçamento estimado em cerca de R$
3 bilhões. Voltada para empreendimento de edifícios comerciais na
elaboração do Porto Maravilha, a área em torno da Avenida Francisco
Bicalho, incluindo uma parte de São Cristóvão, terá licença para
construção de prédios de até 50 andares, o gabarito mais alto segundo
a nova regulamentação e cujos impactos sobre o já complicado trânsito
local ? com saídas para zonas Norte, Sul e Centro do Rio, além de
Niterói ? ainda são desconhecidos.

? Deveríamos ter mais discussões sobre o projeto para conhecê-lo mais
a fundo ? afirmou o vereador Paulo Pinheiro (PPS).



20:11 - 12/09/2009


Fonte: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/09/12/e12094053.asp

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Textos para Terça Feira

Bom dia Pessoal:

O link a seguir contem o texto para resumo e debate para próxima terça feira.

Amanhã deixarei um outro texto que será a base de minha apresentação.

Abraço,

Davis

http://www.megaupload.com/?d=Y2RBN2L2

Formatura de Satere Maues en Ciencias da Natureza

Em plena floresta, professores sateré maué se formam com beca e juramento
Leandro Prazeres
Especial para UOL Educação
Em Maués (AM)

Sob o escaldante sol da Amazônia, 39 indígenas da etnia sateré maué comemoraram o 7 de setembro de um jeito diferente. Na comunidade do Marau, localizada a pouco mais de duas horas de lancha do município de Maués (a 269 km de Manaus), o grupo se transformou na primeira turma indígena da secular Ufam (Universidade Federal do Amazonas) a receber um diploma de nível superior. Para celebrar a data, uma festa de formatura com direito a beca e juramento foi montada na própria aldeia onde vive a maioria dos formandos.


Na comunidade do Marau, 39 professores se graduaram em ciências naturais pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas) nesta segunda (7)

Maués tem uma população de aproximadamente 49 mil habitantes dos quais ao menos 5 mil são indígenas da etnia Sateré Maué. Eles são conhecidos pelo manuseio do guaraná, planta que é cultivada no município e vendida como matéria-prima de refrigerantes e como estimulante natural.

A conquista dos índios sateré-maué tem algo de emblemático. Eles vivem afastados dos grandes centros urbanos e a única chance de conseguirem formação em nível superior restringia-se a deixar as aldeias em direção a cidades próximas como Maués, Parintins ou Manaus.

Para o coordenador de educação indígena de Maués, Euro Alves, esse "êxodo" seria prejudicial aos 1.976 alunos indígenas do município. "Temos poucos professores. Se eles saíssem para estudar, traria um prejuízo enorme pra gente", diz.

A saída encontrada pela prefeitura de Maués foi levar a formação até os indígenas. Um convênio com a Ufam firmado em 2004 resolveu, em parte, o problema. A universidade levou professores do curso de licenciatura plena em ciências naturais para dentro da floresta.

Durante quatro anos, os indígenas passaram suas férias na comunidade Paraíso, uma instalação erguida na selva por missionários católicos. Lá, quase todas as 54 disciplinas do curso foram ministradas. Durante meses, os índios deixavam suas aldeias para frequentarem as aulas. Algumas "cadeiras" que demandavam mais infra-estrutura, como informática, foram ministradas na sede do município. "Foi muito cansativo. A gente não teve férias. Quando não estava na sala dando aula, estava na sala tendo aula", brinca a formanda Aliete Maria da Silva, 32.

O responsável pela turma indígena, professor Takeshi Matsuura, 35, diz que essa foi uma das experiências pedagógicas mais enriquecedoras de sua vida. "Eu nunca tinha trabalhado com índios. Eles se mostraram alunos exemplares", elogia Takeshi.

Ele explica que o curso de ciências naturais repassou noções de biologia, química, física, informática além de outras disciplinas. Com essa formação, garante, "os formandos poderão ministrar o ensino indígena com melhor qualidade".

O coordenador administrativo do programa especial de formação docente da Ufam, José Felício da Silva, admite, porém, que a formação dada aos professores do Marau é generalista se comparada a dos professores que atuam nas cidades. "Realmente, é uma formação genérica, mas temos que levar em consideração a carência dessas populações. Com certeza, agora, os professores estão mais bem preparados que antes e vão poder dar aulas melhores", afirma Felício.

Formatura
Ao contrário do que se pode imaginar, a festa de formatura dos saterés não teve rituais com índios trajando cocares e tocando flautas. Os formandos vestiam becas negras como qualquer aluno do mundo. No cardápio, em vez de um buffet tradicional, o menu trazia carne de boi assada e sapó, um preparado de água e pó de guaraná ralado na língua do pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo. A bebida, dizem, tem efeito estimulante.

A região do rio Marau, onde houve a formatura, tem pouco mais de 3,2 mil índios saterés é composta por pequenas comunidades de casas de madeira cobertas com palha. Há muito tempo os saterés deixaram de viver em malocas. Na maioria das comunidades indígenas da Amazônia, as malocas foram combatidas por missionários religiosos que viam as casas coletivas como redutos de "promiscuidade".

Na comunidade do Marau, a maior parte da população divide-se entre católicos e evangélicos. As habitações ficam no alto de um pequeno morro e se dispõem ao longo de quase um quilômetro mata adentro. Uma das únicas construções de alvenaria do local é a escola municipal indígena, que atende os alunos das redondezas.

Além das iguarias, o toque indígena da cerimônia de formatura ficou por conta do juramento. Cristina Santos de Souza lia o texto em português enquanto Madalena Alves Alves traduzia e repetia o texto na língua materna dos sateré. Em coro, os demais formandos repetiam as frases em sateré mostrando que o cerne da cultura local ainda resiste ao contato de mais de 300 anos com o homem branco.

Dificuldades
Ministrar um curso superior na selva não é tarefa fácil, garante Takeshi Matsuura. Para ele, a principal dificuldade enfrentada por alunos e professores infraestrutura para as aulas. "O deslocamento era muito grande e nós vivíamos num esquema de confinamento. Ficávamos lá durante algumas semanas dando as aulas. Foi muito puxado", explica.

Takeshi diz que houve uma seleção criteriosa para a escolha do corpo docente. "Não queríamos alguém para doutrinar os índios. Nós viemos para ensinar como as coisas funcionam no mundo dos brancos. Se eles entenderem que isso funciona para eles, tudo bem, se não, eles ignoram e está tudo certo. Não viemos 'catequizar' ninguém", afirma.

Aristíade Michiles, 62, é o formando mais velho da turma. Atua como professor há 15 anos nas comunidades indígenas do rio Marau. Diz que virou professor porque viu que sua comunidade era carente em educação. "Quando eu comecei a dar aula, a maioria dos mais novos tinha que sair da aldeia para completar os estudos. E quando eles saem da aldeia, muitos não voltam e isso é ruim para o nosso povo", diz Aristíade.

Euro Alves afirma que a graduação dos 39 professores indígenas deve minimizar o êxodo de alunos. " A educação é a principal porta de saída dos nossos índios para a cidade. Essa formatura é muito importante para nós porque sinaliza uma possibilidade de formação melhor para os nossos mais novos", explica.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cidades Portuárias e integração de espaços urbanos

http://www.ceci-br.org/novo/www/admin/arquivos/1/59942565045ba4b1777600.pdf

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Discurso do Presidente Lula sobre o Pre-Sal

http://www.megaupload.com/?d=P9S00WQ9

Impactos Ambientais: Cana x Pré Sal, um dilema político? Comentem

A proibição do plantio de Cana de Açúcar na região do entorno do Pantanal Mato-grossense Ver reportagem em seguida a esse texto) e a inclusão tímida, da questão ambiental na exploração do pré-sal revelam o conservadorismo do governo Lula.

Ao que parece o Governo Lula "cedeu" as pressões ambientalistas. Mas será?

Vem se aproximando o ano eleitoral. Um fato recente começa a movimentar pauta eleitoral: a saída da Senadora Marina Silva, vem valorizando a plataforma de ambientalistas do PSDB e do PT.

De fato, as eleições de 2010 trouxeram, mais uma vez a tona o debate ambientalista, a reboque da popularização desse valor, cada vez mais midiático. O Pré-sal tão anunciado nessa última semana traz no discurso governamental a possibilidade de construção de um país mais justo, menos miserável, tecnológica e cientificamente mais desenvolvido e ambientalmente precavido. Será?

Ainda que se encontrem todos os hidrocarbonetos esperados, ainda que se tenha todo o capital necessário para a exploração desse manancial, os resultados dessa empreitada estão associados a um projeto de Brasil conservador, cujo economcismo é a tônica para todas as soluções.

O governo fala em investir em educação. Que tipo de educação? Uma educação voltada a moldar cabeças que olhem o mundo somente a partir da razão moderna? Homogeneizar o que é diverso? O que faremos com a diversidade de nossas crenças, nossos símbolos, nossas magias, nosso conhecimento comunitário? Não se trata aqui de negar a importância da razão moderna, embora esta seja composta também por uma lógica política de dominação como a história nos apresenta. Mas, ao menos temos a possibilidade de transpor a discussão sobre desenvolvimento para além da economia, do desenvolvimento como réplica de outras lógicas. Porque não pensarmos um projeto de país, a partir do que dispomos, de nossas riquezas culturais, da criatividade enraizada em nossa cultura diversa, de reconhecimento e valorização de nosso patrimônio natural como um valor vital do planeta e não exclusivamente como recurso econômico, .

Hoje, mesmo antes do petróleo e gás serem extraídos da Baia de Santos, sem que nem uma gota de petróleo tenha sido extraída, ou um metro cúbico de gás tenha sido trazido para superfície, a baixada Santista já sofre dos efeitos desse (des)envolvimento. São dezenas de imóveis novos e em projeto de lançamento que afetarão a dinâmica das cidades de dos bairros. Não há planejamento, previsão dos impactos urbanos que ocorrerão com o provável crescimento urbano, sem a devida infra-estrutura básica.

Quanto de carbono será trazido para superfície e quanto será despejado na atmosfera? Quais as medidas possíveis para neutralizar o carbono na atmosfera?

O Governo investe em políticas de conservação dos oceanos, como o GERCO, investe em pesquisas como o REVISE, mas essas ações tem se articulado possibilidade de exploração dos hidrocarbonetos? Quais possíveis impactos na fauna e flora ( micro, meso e macro) marinha? Quanto isso vai significar para a pesca artesanal?

Será que se está discutindo o risco ambiental do pré-sal? Quais os riscos na área marinha, ou em terra, em função do transporte por dutos ao longo da costa; os riscos de armazenamento; O transporte por rodovias. Quais impactos sobre as áreas protegidas como a Serra do Mar, as APPs?

Além disso, o conflito entre as atividades do turismo e ligadas ao petróleo será deflagrado. Haverá competição entre espaços, por exemplo, a área lindeira ao porto de Santos, onde está previsto a refuncionalização dos antigos armazéns para uso turístico, seguindo a outras reformas ocorridas em outros portos no mundo. Isso concorrerá com atividade petrolífera no porto? Ainda que o turismo na baixada seja predominantemente de segundas residências, essas mudarão de funcionalidade diante da valorização da terra urbana e conseqüentemente dos imóveis? E os serviços que hoje são destinados a moradores e turistas, a quem servirão?

E as praias? serão salvaguradadas de eventuais vazamentos? como?

Hoje já é constante a falta de água para abastecimento, durante o período de temporada nos municípios como Praia Grande. Haverá água disponível quando esses municípios tornarem-se residências fixas ao receberem um contingente populacional (ainda desconhecido) que virá em busca dos novos empregos? De onde será captada?

E o tratamento dos esgotos? Hoje a solução ( no mínimo criticáveis) são são os emissários submarinos ( que por sí só, são risco eminente de contaminação por vazamento). Como o aumento do contigente se continuará a se jogar plumas de esgoto no oceano?

Não deveria o poder público local promover um amplo debate com a sociedade da região sobre como e onde gostariam que a cidade se desenvolvesse a partir de um possível aumento de receitas e de valorização da terra? Será que a sociedade não deveria expor quais os limites aceitos e desejáveis? Ou é a mão invisível do mercado que fará isso? E se isso ocorrer haverá tempo e condições para restituição e correção dos problemas resultantes de uma lógica não prevista?

O que me parece é que o debate ambientalista esconde duas versões da mesma moeda. Antagônicas do ponto de vista eleitoral, ao menos nos arranjos Estaduais e regionais, mas ambas compõe o governo federal atual. Uma ruralista empresarial que pouco está preocupada com os prejuízos coletivos que a atividade vem causando. Outra, em nome do que chama de "justiça social", dentro da lógica política legítima de ocupação das estruturas do estado, um grupo reproduz a mesma lógica desenvolvimentista, talvez menos gerencialista que a do outro grupo e, portanto, menos "eficiente". No entanto, ambas não diferem entre si sobre um projeto de país. O que o segundo grupo chama de justiça social, deixou de ser um fim para ser meio de continuidade no poder.

Conservação do Pantanal e proteção ambiental no Pré-Sal são discursos, ambas as partes da dinâmica eleitoral de 2010, mas longe de fazerem parte de um novo projeto de Brasil.


Davis Gruber Sansolo





Lula vetará o plantio da cana em 50% do país
Área em que serão vetadas plantações novas inclui a Amazônia e o Pantanal

Projeto, que será anunciado no dia 17, busca derrubar barreiras à venda do álcool no exterior; proibição terá que passar pelo Congresso

Lalo de Almeida/Folha Imagem

Caminhão atravessa uma plantão de cana no Acre; avanço da cultura na Amazônia será proibido

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com um ano e dois meses de atraso, o presidente Lula vai anunciar o veto à expansão das plantações numa área de 4,6 milhões de quilômetros quadrados -mais da metade do território nacional- e em regiões que mantenham a vegetação nativa no restante do país. Essas serão as principais medidas do "selo verde" que quer imprimir ao projeto do álcool combustível, escanteado devido à prioridade ao pré-sal.
Em discurso na sede da União Europeia, em Bruxelas, em julho de 2007, Lula afirmou que o biocombustível brasileiro não aumentaria o desmatamento nem avançaria sobre a produção de alimentos. Desde então, esse compromisso ficou limitado às palavras.
Com exceção das nove usinas que operam na Amazônia e na área do entorno do Pantanal mato-grossense, novos empreendimento serão proibidos nessas regiões, segundo a proposta. O projeto estimulará novas plantações de cana em áreas de pastagens degradadas.
A expectativa de governo e produtores é duplicar a área de cerca de 7 milhões de hectares (ou 70 mil quilômetros quadrados) de cultivo até 2017. Objeto de longa e acirrada disputa no governo, as regras do zoneamento da cana correm o risco de serem alteradas no Congresso antes de entrarem em vigor.
Aos ministros, Lula anunciou que não podia comprometer a estratégia do álcool "verde" para atender aos interesses de produtores rurais do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, aliados do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura).
Mas, ao optar por um projeto de lei -e não por medida provisória-, Lula abriu caminho para novo "round" entre o agronegócio e os ambientalistas.
O anúncio do zoneamento da cana está confirmado para o dia 17. O evento terá 300 convidados. Integrantes do governo reconhecem no ato comandado por Lula uma resposta à movimentação da pré-candidata ao Planalto Marina Silva (PV).
O compromisso com o biocombustível verde extrapola, porém, o debate político interno. Tem a ver com a imagem internacional e com a possibilidade de barreiras não-tarifárias à venda do álcool no exterior.
Essa preocupação foi exposta em carta a Lula pelo presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank. A carta registra que "percepções errôneas sobre a correlação entre biocombustíveis e desmatamento ainda persistem" e pede a definição breve das regras.

Lobby
O lobby mais forte e principal entrave ao zoneamento da cana até aqui tem como pivô uma área de 110 mil quilômetros quadrados no entorno do Pantanal. Ambientalistas alegam que o cultivo de cana na área, onde já operam cinco usinas, pode contaminar o Pantanal. O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) ameaçou deixar o governo caso a área fosse liberada para a cana.
Os produtores locais, que esperavam fazer da borda do Pantanal um novo polo de produção de açúcar e de álcool, prometem reagir. "70% da produção do Mato Grosso se concentra nessa região e três novos projetos estavam aguardando a liberação. A decisão é um retrocesso", disse Jorge Santos, diretor do Sindálcool (Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado do Mato Grosso).
A mobilização para tentar mudar a proposta do governo no Congresso é confirmada pelo presidente do BioSul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda. "Há cerca de um milhão de hectares que poderiam receber novos projetos", defende.
A presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), avalia que o zoneamento da cana deveria se limitar a medidas de incentivo à produção em áreas que o governo considerasse mais aptas, sobretudo por meio de financiamento público. "Proibir é uma coisa de que não gosto; ferir o direito de propriedade e a livre iniciativa incomoda", disse.
A proposta do governo prevê o veto à expansão da cana na Amazônia e no entorno do Pantanal não só via licenciamento, mas por meio de autorização do Ministério da Agricultura às novas usinas. Outra medida é proibir o corte da vegetação nativa para o cultivo de cana. A desobediência poderá levar ao embargo da produção.

domingo, 6 de setembro de 2009

Texto para debate

http://www.megaupload.com/?d=0XBNZ0JV

Padrões, índices

Padrões de Qualidade do ar
Os padrões de qualidade do ar definem legalmente o limite máximo para a concentração de um poluente na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e do meio ambiente. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma margem de segurança adequada.

Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e aprovados pelo CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA 03/90.

São estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os secundários.

São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo.

São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para uma política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às áreas de preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de proteção ambiental, estâncias turísticas, etc.). Não se aplicam, pelo menos a curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões primários. Como prevê a própria Resolução CONAMA n.º 03/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões aplicáveis serão os primários.

Os parâmetros regulamentados são os seguintes : partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. Os padrões nacionais de qualidade do ar são apresentados na tabela a seguir.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Economia de baixo carbono: verde, azul, amarela

Por Ignacy Sachs, 28 de agosto 2009

No seminário “Brasil e as mudanças climáticas: oportunidades para uma economia de baixo carbono”, recém promovido pelo Instituto Ethos, o jornal Valor Econômico e a Globonews, foi apresentada uma Carta Aberta ao Brasil sobre mudanças climáticas assinada por vinte-e-duas empresas entre as mais importantes do país. O documento diz com razão que “vivemos uma oportunidade única de construir um novo modelo de desenvolvimento, baseado numa economia de baixo carbono, que deverá mobilizar empresas, governos e a sociedade civil. Acreditamos que o Brasil, mais do que qualquer outro país no mundo, reune as condições de liderar a agenda desta nova economia.”

A agenda há de ser verde, azul e amarela.

Verde na medida em que ela deve ser esforçar para construir uma biocivilização moderna, baseada no aproveitamento múltiplo das biomassas como alimento humano e ração animal, adubo verde, bioenergias, materiais de construção, fibras, plásticos e outros produtos das biorefinarias, fármacos e cosméticos.

Azul porque a superação dos conflitos pelo uso de recursos potencialmente escassos – solos agricultáveis e água – passa pela valorização dos recursos aquáticos, mediante a racionalização da pesca, a expansão da aqüicultura[1], sem esquecer o potencial energético das algas, destinadas a ser a principal matéria prima da terceira geração dos biocombustíveis.

A este respeito, vale a pena notar que, segundo uma estimativa recente, nos Estados Unidos, a economia azul – os empregos e as oportunidades econômicas relacionadas com os oceanos, os Grandes Lagos e os recursos litoráneos – gera mais de 50% do PIB e proporciona mais de 70 milhões aos Norte-americanos.[2] Por isso, está em discussão naquele país o estabelecimento de um mecanismo federal de planejamento marinho.

Por último, amarela, ao associarmos esta cor com a energia solar e as demais energias renováveis – a eólica, a maremotriz e a geotérmica, todas elas podendo ser geradas em espaços não aproveitáveis para a agricultura.

A transição para a economia de baixo carbono não se fará sem uma mudança drástica do paradigma energético, o que implica sobriedade nos padrões de consumo, maior eficiência no uso final das energias e substituição progressiva das energias fósseis pelo conjunto das energias renováveis. Sem esquecer que uma parcela dos gases de efeito estufa, gerados pela queima das energias fósseis, pode ser aproveitada para a produção de biomassa em estufas.

A substituição das energias fósseis não se fará de dia para noite. É razoável em pensar em décadas, no que diz respeito à saída da energia do petróleo. O Brasil acaba de descobrir grandes jazidas de petróleo pre-sal e, obviamente, não deixará de aproveitá-las. Porém, nada impede que parte dos royalties oriundos da exploração do petróleo pre-sal (e porque não de todo o petróleo?) venha alimentar um Fundo de transição à economia de baixo carbono.

Ao caminharmos na direção de uma economia de baixo carbono, devemos colocar em pé de igualdade os objetivos da sustentabilidade ambiental e social. Esta última nos obriga a dar uma alta prioridade à geração de oportunidades de trabalho decente e de acesso universal aos serviços sociais de base – educação, saúde, saneamento, habitação. Aqui se situa a interseção entre a estratégia voltada à transição para a economia de baixo carbono e programas de cunho social, como os Territórios da Cidadania que procuram emancipar as populações pobres da dependência excessiva sobre programas assistenciais.

A boa notícia para os países tropicais como o Brasil, onde o sol é e sempre será nosso, é a de contar com vantagens naturais comparativas permanentes para o desenvolvimento das biocivilizações modernas conquanto estas vantagens sejam potencializadas pela pesquisa e pela organização apropriada dos sistemas produtivos. Precisamos de tecnologias intensivas em conhecimentos, poupadoras dos recursos naturais e financeiros escassos e intensivas em mão de obra. Esta é a encomenda ao sistema nacional de pesquisas.

É de se esperar que as três vertentes do programa de transição à economia de baixo carbono – a verde, a azul e a amarela – sirvam de inspiração na formulação dos planos de desenvolvimento dos Territórios da Cidadania.

[1] Veja o memorando de 12 de maio 2009, “As perspectivas da aqüicultura”.

[2] Pronunciamento do senador John D. Rockefeller, IV, no Senado em Washington, no dia 9 de junho 2009.

Retirada das restingas como APP

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,projeto-libera-ocupacao-de-restinga-no-pais,428453,0.htm

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"A sustentabilidade nos oceanos: o mar como espaço de estudos interdisciplinares"

"A sustentabilidade nos oceanos: o mar como espaço de estudos interdisciplinares"



Objetivo: o curso pretende analisar as relações entre as culturas e os oceanos sob uma perspectiva interdisciplinar, reunindo campos diversos como a antropologia, a psicologia e a literatura.



Metodologia: O curso estará baseado em algumas exposições, vídeos, discussões em grupo e seminários sobre temas e artigos indicados na bibliografia.



Professor: Antonio Carlos Sant'Ana Diegues - É professor do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP (PROCAM) e Diretor Científico do Núcleo de Apoio à Pesquisa de Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras (NUPAUB) da Universidade de São Paulo.



Conteúdo programático:

1. O papel das ciências humanas e naturais no estudo do mar: a questão interdisciplinar

2. A história ecológica da relação entre culturas e os mares: as culturas marítimas

3. A construção simbólica dos mares

4. A sócio-antropologia marítima no Brasil

5. Conceitos e definições sobre conhecimento tradicional sobre o mar e seres vivos marinhos.

6. A territorialidade marítima e o conhecimento tradicional

7. Mitos, simbologia e imaginário marítimo no Brasil



Bibliografia:

Obs.: Alguns textos encontram-se no site do Nupaub: usp.br/nupaub (biblioteca virtual)



Cajigas-Rotundo, J 2008 Saber pós ocidental: uma perspectiva dos povos amazônicos, in Dupas,G.(org) Meio ambiente e crescimento econômico: tensões estruturais. IEEI/Edit.Unesp.

Diegues, A. Ecologia Humana e Planejamento Costeiro. 2001 Cap. 1. O meio ambiente como espaço para o exercício da interdisciplinaridade, págs. 13- 20; O papel das Ciências sociais na análise das questões ambientais e globalização p. 21- 38 e Desenvolvimento Sustentável ou sociedades sustentáveis: das crítica dos modelos aos novos paradigmas p.39-58

Diegues, A. 2001 O mito moderno da natureza intocada cap 1. O surgimento do movimento para a criação de áreas naturais protegidas p.23- 30 e cap. 3. Escolas atuais do pensamento ecológico p.39-47

Dupas, G. 2008 O impasse ambiental e a lógica do capital. In Dupas,G.(org) Meio ambiente e crescimento econômico: tensões estruturais. IEEI/Edit.Unesp.

Gómez-Pompa, A e Kaus, 2000 Domesticando o mito da natureza selvagem, in Etno-conservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos, ( A.Diegues, organizador), Hucitec/Nupaub

Guha, R. 2000 O biólogo autoritário e arrogância do anti-humanismo, in Etno-conservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos ( A.Diegues, organizador) Hucitec/Nupaub

Lacey, H 2008 Crescimento econômico, meio ambiente e sustentabilidade social: a responsabilidade dos cientistas e a questão dos transgênicos. Dupas,G.(org) Meio ambiente e crescimento econômico: tensões estruturais. IEEI/Edit.Unesp.

Nobre, M e Amazonas, M. 2002 Desenvolvimento Sustentável: a institucionalização de um conceito, Ed. IBAMA, cap 2: A Conferencia do Rio: a definição das amarras institucionais e o novo estatuto do desenvolvimento sustentável p.49-69 e cap. 3. O desenvolvimento sustentável no contexto pós-Rio-92: tendências atuais. Pág. 71- 94





Período: 14 a 18/09/09, das 18h30 às 22h30

Carga horária: 20 horas/aula

Publico Focalizado: Professores,Educadores com atividades relacionadas ao conteúdo do curso e estudantes das áreas de meio ambiente e cultura de paz.

Vagas: 50

Inscrições de 25 a 03/09

Haverá seleção - Resultado dos selecionados em 09/09.



FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

CURSO: "A sustentabilidade nos oceanos: o mar como espaço de estudos interdisciplinares"

Envie preenchido para inscricoesumapaz@prefeitura.sp.gov.br

1. NOME COMPLETO:

2. Idade

3. Sexo ( ) M ( ) F

4. RG nº órgão: UF:

5. CPF nº

6 Escolaridade ( ) 2º grau completo ( ) 3º grau completo

7. Área de formação:

8. Setor em que trabalha:

Empresa privada ( ) Organização não governamental ( ) Estado ( )

9. Se servidor público, por favor, informe Nº RF

10. Profissão/atividade que exerce atualmente:

11 .Se educador, instituição em que exerce a função:

12. Endereço residencial:

13. Região ou bairro 14. CEP

15. E-mail:

16. Telefone fixo:

17. Telefone celular:

18. Por que deseja participar deste curso?





19. Você já desenvolve algum trabalho relacionado ao tema do curso?

Qual?

Programa da disciplina

Ementa
A disciplina apresentará referenciais teóricos e metodológicos relativos ao planejamento ambiental, visando o desenvolvimento de uma abordagem crítica, criativa e propositiva ao aluno. Oportunizará a prática de técnicas de planejamento, tendo o ambiente costeiro com referência didática e pedagógica.
OBJETIVOS – Ao término da disciplina o aluno deverá ser capaz de:
Refletir criticamente sobre o significado de planejamento ambiental
Conhecer e aplicar técnicas de planejamento ambiental
Conhecer e aplicar as etapas do planejamento ambiental
Dialogar com outros profissionais para atual em planejamento ambiental
Conhecer técnicas de avaliação de impactos ambientais
Conhecer e interpretar indicadores de sustentabilidade
Relacionar o planejamento ambiental ao contexto urbano, rural e em áreas naturais protegidas
Aplicar o conhecimento de planejamento ao gerenciamento costeiro
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Aspectos teóricos e conceituais sobre planejamento
Origens e evolução do planejamento ambiental no Brasil.
Bases legais e institucionais do planejamento ambiental.
Tecnologias do planejamento ambiental: do planejamento físico ao planejamento participativo
Cartografia e planejamento ambiental
Etapas do planejamento ambiental
Indicadores Ambientais de Sustentabilidade
Avaliação de Impactos Ambientais
Planejamento de Bacias Hidrográficas
Planos de Manejo e de Gestão de Áreas Protegidas
Planos Diretores Municipais
Zoneamento ecológico econômico.
Planejamento e gestão de áreas costeiras
METODOLOGIA DE ENSINO
Aula expositiva;
Exercícios Práticos;
Trabalho de campo
Seminário;
Leitura Dirigida.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Leituras dirigidas: realização de resumos e resenhas;
Participação
Avaliação de redação de texto dirigido (prova);
Relatório de trabalhos de campo
Seminários finais
Leituras dirigidas
Resumos: título, autor, ficha técnica, resumo dos pontos principais de cada título e subtítulo
Resenha: Resumo + Descrição crítica da obra incluindo opinião
Participação
Assiduidade e pontualidade
Intervenções orais
Trabalhos em grupo
Redação ( prova )
Redação de um texto de no máximo 4 laudas sobre o tema indicado, dialogando com fontes bibliográficas relativas ao tema.
Será avaliado a estrutura do texto, linguagem e pertinência temática
Será dado um tempo de duas semanas para redação do texto
Relatório de Trabalho de Campo
Será realizado um trabalho de campo com vistas a observação e registro de aspectos relativos ao planejamento ambiental para discussão em sala de aula
Será avaliado a participação em campo e o relatório em grupo
Seminários finais
Serão realizados em grupos de até 5 pessoas
Apresentações de até 40 minutos
Tema norteador dos seminários: Pré-sal e planejamento ambiental
Risco ambiental o pré-sal na área marinha
Impactos ambientais urbanos na baixada Santista
Conflitos entre turismo e o pré-sal
Pré-sal e gerenciamento costeiro
Pré-sal e o porto de Santos
Pré-sal e participação na conservação ambiental
Áreas protegidas e o pré-sal
Legislação e ambiental e o pré-sal

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Por um planejamento ambiental crítico

Olá a todos:

Esse será um dos instrumentos didáticos a serem utilizados em nossa disciplina.

Espero que dialogicidade de Paulo Freire, a ação comunicativa de Habermas, e o planejamento estratégico de Matus possam despertar a curiosidade por um planejamento ambiental crítico e engajado.

Bom trabalho para nós todos

Davis

meu e mail: dsansolo@uol.com.br