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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Reformulação do Porto do Rio de Janeiro

RIO - Idealizada desde o final dos anos 70 e elaborada em projetos da
Secretaria Municipal de Urbanismo no início desta década, a tão
falada, e adiada, revitalização da Zona Portuária do Rio parece mais
perto de sair do papel agora, quando um acordo da prefeitura com os
governos federal e estadual permitirá construções em terrenos (62% da
União) na área formada pelos bairros Saúde, Gamboa, Santo Cristo e
Caju ? além de parte de São Cristóvão ? até então indisponíveis.

A transformação em um ponto de atração residencial, econômica e
cultural de uma área hoje abandonada pelo esvaziamento de atividade
econômica e evitada por ser considerada perigosa pode vir com o fim do
viaduto da Perimetral, a abertura ao público da orla junto ao Cais do
Porto e o estímulo à construção residencial e empresarial, temas que o
Jornal do Brasil aborda segunda e terça-feira, em várias palestras
reailzadas no auditório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES)..

Projeto tramita na Câmara

Participante da mesa de abertura da conferência A Revitalização da
Zona Portuária do Rio de Janeiro, o secretário municipal de
Desenvolvimento, Felipe Góes, apresentou detalhes do projeto numa
audiência pública na Câmara Municipal, na última sexta-feira. Para pôr
em prática o programa de revitalização, batizado de Porto Maravilha, a
prefeitura depende da aprovação o projeto de lei complementar 26/2009,
que cria a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto
(Cdurp), municipal e destinada exclusivamente a administrar a
intervenção na Zona Portuária, dividida em duas fases.

? A Fase 1, exclusivamente com recursos da prefeitura, terá
investimento em habitação (com 500 novas unidades de moradia
previstas), saneamento e dragagem. Já tem licitações em andamento,
podendo começar ainda em 2009 e terminar em dois anos. Já a fase 2,
numa operação consorciada com os governos estadual e federal, começa
após a aprovação do projeto, com possibilidade de ser iniciada em 2010
e concluída em um período de quatro a cinco anos ? prevê o secretário,
que falará na segunda mesa redonda de segunda-feira na conferência.

Mais moradias

Um dos pontos essenciais para o sucesso do Porto Maravilha é conseguir
atrair moradores para a Zona Portuária, aumentando sua população de 22
mil para 100 mil habitantes. A região administrativa hoje está em 24º
lugar entre as 32 do Rio de Janeiro no ranking municipal do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH).

? Já é consenso em projetos urbanísticos que não adianta tentar
recuperar uma área só com empresas, sem estimular a habitação. Bairros
não se desenvolvem sem pessoas morando neles ? frisa o secretário
sobre o trabalho da Fase 1, que já teria R$ 200 milhões garantidos da
prefeitura.

No total, o Porto Maravilha prevê a utilização de 489 mil metros
quadrados com potencial de construção ? em uma área total de
aproximadamente 5 milhões.

Entre as obras de tráfego e reconstrução de espaço público, a
demolição da Avenida Perimetral, entre a Praça Mauá e a Rodoviária
Novo Rio, dará espaço à área de livre acesso ao Cais do Porto. O
trânsito da Avenida Rodrigues Alves passará para um túnel, enquanto
uma rua paralela ao cais será aberta entre a Avenida Venezuela e a
Rodoviária, para dar vazão ao volume de tráfego da Perimetral e
facilitar, inclusive, o acesso à Linha Vermelha, utilizando terrenos
da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

Este mesmo trecho, junto à Leopoldina, é alvo da maior polêmica gerada
pelo projeto, já na Fase 2, de operação consorciada entre governos
municipal, estadual e federal e com orçamento estimado em cerca de R$
3 bilhões. Voltada para empreendimento de edifícios comerciais na
elaboração do Porto Maravilha, a área em torno da Avenida Francisco
Bicalho, incluindo uma parte de São Cristóvão, terá licença para
construção de prédios de até 50 andares, o gabarito mais alto segundo
a nova regulamentação e cujos impactos sobre o já complicado trânsito
local ? com saídas para zonas Norte, Sul e Centro do Rio, além de
Niterói ? ainda são desconhecidos.

? Deveríamos ter mais discussões sobre o projeto para conhecê-lo mais
a fundo ? afirmou o vereador Paulo Pinheiro (PPS).



20:11 - 12/09/2009


Fonte: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/09/12/e12094053.asp

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