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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Seca no Amazonas: número de peixes-boi mortos chegam a 300

08 / 11 / 2010

O Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas informou nesta  
sexta-feira que a matança de peixes-boi por caçadores está sem  
controle no Estado. Ao menos 300 animais foram mortos desde setembro,  
quando a seca se intensificou no Amazonas.

Nesta época do ano, o animal busca refugio nos lagos. Com a estiagem,  
os lagos secaram. Os animais, que atingem 3 m de comprimento e pesam  
até 450 kg, se tornaram presas fáceis.

O peixe-boi é considerado pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental  
do Amazonas) o mamífero aquático mais ameaçado de extinção do Brasil.  
Sua caça é considera um crime ambiental.

A polícia chegou ao número com base em depoimentos de agentes  
ambientais, que são ribeirinhos que trabalham voluntariamente na  
proteção dos animais e denunciaram a matança.

Um dos relatos chegou nesta sexta-feira ao Inpa (Instituto Nacional de  
Pesquisas da Amazônia). Segundo o instituto, na Reserva de  
Desenvolvimento Sustentável Piaguçu Purus (400 km de Manaus) os  
caçadores mataram ao menos 200 peixes-bois. Isso significa dizer que  
são 30 toneladas de carne para comercializar. Isso é um caso de  
polícia, afirma o pesquisador Anselmo d?Affonseca.

Conforme os depoimentos, no município de Silves (203 km de Manaus) 64  
animais foram mortos. Treze animais morreram em Manacapuru (80 km da  
capital) e dois em Tefé (525 km da capital).

O comandante do Batalhão Ambiental, major Miguel Mouzinho Marinho,  
afirmou que três equipes foram deslocadas hoje para os municípios de  
Silves, Codajás e Manacapuru. Ele disse que os policiais não têm como  
chegar à região do Piaguçu Purus por falta de navegabilidade dos rios.  
Infelizmente perdemos o controle [da situação]. A natureza levou anos  
para recuperar [a espécie] e agora ocorreu essa matança, afirmou  
Marinho.

Segundo o pesquisador do Inpa Anselmo d?Affonseca, passa bem o filhote  
de peixe-boi resgatado no lago do Ariaú, em Iranduba. O animal chegou  
ao Inpa na quarta-feira. É uma fêmea que tem dois anos de idade e 64  
kg. O caçador matou a mãe e o filhote não morreu porque os agentes  
ambientais o resgataram, disse.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piaguçu Purus é administrada  
pelo Ceuc (Centro Estadual de Unidades de Conservação). As famílias da  
reserva recebem R$ 50 do programa Bolsa Floresta, da Fundação Amazônia  
Sustentável. (Fonte: Kátia Brasil/ Folha.com / Ambientebrasil)

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