08 / 11 / 2010
O Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas informou nesta
sexta-feira que a matança de peixes-boi por caçadores está sem
controle no Estado. Ao menos 300 animais foram mortos desde setembro,
quando a seca se intensificou no Amazonas.
Nesta época do ano, o animal busca refugio nos lagos. Com a estiagem,
os lagos secaram. Os animais, que atingem 3 m de comprimento e pesam
até 450 kg, se tornaram presas fáceis.
O peixe-boi é considerado pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental
do Amazonas) o mamífero aquático mais ameaçado de extinção do Brasil.
Sua caça é considera um crime ambiental.
A polícia chegou ao número com base em depoimentos de agentes
ambientais, que são ribeirinhos que trabalham voluntariamente na
proteção dos animais e denunciaram a matança.
Um dos relatos chegou nesta sexta-feira ao Inpa (Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia). Segundo o instituto, na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Piaguçu Purus (400 km de Manaus) os
caçadores mataram ao menos 200 peixes-bois. Isso significa dizer que
são 30 toneladas de carne para comercializar. Isso é um caso de
polícia, afirma o pesquisador Anselmo d?Affonseca.
Conforme os depoimentos, no município de Silves (203 km de Manaus) 64
animais foram mortos. Treze animais morreram em Manacapuru (80 km da
capital) e dois em Tefé (525 km da capital).
O comandante do Batalhão Ambiental, major Miguel Mouzinho Marinho,
afirmou que três equipes foram deslocadas hoje para os municípios de
Silves, Codajás e Manacapuru. Ele disse que os policiais não têm como
chegar à região do Piaguçu Purus por falta de navegabilidade dos rios.
Infelizmente perdemos o controle [da situação]. A natureza levou anos
para recuperar [a espécie] e agora ocorreu essa matança, afirmou
Marinho.
Segundo o pesquisador do Inpa Anselmo d?Affonseca, passa bem o filhote
de peixe-boi resgatado no lago do Ariaú, em Iranduba. O animal chegou
ao Inpa na quarta-feira. É uma fêmea que tem dois anos de idade e 64
kg. O caçador matou a mãe e o filhote não morreu porque os agentes
ambientais o resgataram, disse.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piaguçu Purus é administrada
pelo Ceuc (Centro Estadual de Unidades de Conservação). As famílias da
reserva recebem R$ 50 do programa Bolsa Floresta, da Fundação Amazônia
Sustentável. (Fonte: Kátia Brasil/ Folha.com / Ambientebrasil)
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