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sexta-feira, 26 de abril de 2013



Aspectos da História e do Processo de Educação Ambiental no Mundo Ocidental. 


Palavras - chave: ambiente, preocupação ambiental, histórico, cultura.


      Problemas ambientais aparecem nas mais diversas formas e lugares. No caso da Baixada Santista, a demanda do mercado imobiliário gera uma verticalização da cidade, com a construção de inúmeros prédios, e consequentes impactos, como a poluição atmosférica pelas barreiras que esses empreendimentos oferecem e ilhas de calor. Contudo, há uma preocupação ambiental relacionada a questões assim, preocupação essa que não é recente. Foi proposto em “O cenário da pesquisa no diálogo Ecológico – Educativo”, que é preciso voltar os olhares para momentos anteriores ao tomado como o início do movimento ambientalista. Deve-se pensar a partir do início da globalização e do pensamento desenvolvimentista, que seria confrontado por movimentos contra - cultura e suas bandeiras “verdes”, dando origem ao pensamento ambientalista. 
      Muitas visões afirmam que a globalização teve seu início na época da colonização, com o comércio de produtos e a troca de mercadorias. Essas tinham seu valor em função da matéria-prima, da disponibilidade, abundância ou de sua ausência, logo, quanto mais rara ou escassa, mais cara ela era.
      No século XIX, com o surgimento da automatização, o tempo ganha um grande valor e o Homem torna-se seu escravo, passando a acompanhar o ritmo da empresa, tal como Chaplin em seus “Tempos Modernos”. É nessa época que surge o cronômetro, o objeto que vai contabilizar o tempo de trabalho. E até aqui, ainda não há preocupação com a questão ambiental. Refletindo na atualidade, com esse tempo, o ritmo passa a ser tão intenso que, muitas vezes , adquirem-se doenças como pressão alta, estresse, entre outras.
O artista Charles Chaplin estrelando seu famoso filme "Tempos Modernos" , no qual ele busca  sobreviver em meio a industrialização e o mundo moderno.

      Em 1872, os Estados Unidos criam espaços livres para os trabalhadores aproveitarem o seu momento de "descanso", pois agora, vive-se em função de dois tempos, o de trabalho e o de não trabalho. Surge assim o Parque Yellowstone.  Paralelo a isso, reações culturais de vanguarda emergem, exemplificadas pelo cubismo, o surrealismo, o expressionismo e outros, inserindo novas ideias, muitas vezes contrárias ao pensamento vigente na época. 

Em Londres, o uso das cartolas tornaram-se comuns, apresentando um formato  que lembra as chaminés das  fábricas. 

      O lucro do café é o responsável para o início da industrialização no Brasil no início do século XX, pois até então, o país era muito ruralista e sem tecnologia; a referida industrialização faz crescer a burguesia brasileira, culturalmente enfrentada por um grupo de artistas que viveram alguns anos na Europa, criadores da Semana da Arte Moderna. A Semana de 22, como também é conhecida, vai integrar a cultura brasileira com elementos da natureza e ser uma contra cultura em vários âmbitos, na música, na pintura, na literatura. É fácil perceber estes aspectos nas obras de Tarsila do Amaral e Portinari. Em 1937, Getúlio Vargas funda o parque Nacional de Itatiaia se espelhando no Yellowstone.



Algumas das obras de Tarsila do Amaral, uma dos tantos artistas representantes da Semana de 22. 

      A importância do meio ambiente começa a surgir diante de acontecimentos como a bomba atômica em 1945, que mostrou a capacidade de destruição total do ambiente. Casas em periferia, automóveis e outros inúmeros produtos são desenvolvidos pela Europa e Estados Unidos que tentam levar a necessidade desses produtos a outros países surgindo assim a “real democracia”.
     Na década de 60, surgem os hippies que são totalmente contra a cultura americana e é dentro dessa raiz que surge o movimento ambientalista. Embalados pelo sons de Hendrix, Joplin e Dylan,  durante três dias, estavam eles no maior dos festivais, em Woodstock, com o lema “Três Dias de Paz, Amor e Rock and Roll”. 
Milhares de pessoas no Festival de Woodstock, embaladas pelo som como o do cantor Jimi Hendrix.  
     O Brasil, à partir de Juscelino evolui urbanamente e politicamente, muitos movimentos sociais e populistas são organizados e por conta disso a burguesia se une e dá o golpe militar, culminando no chamado “Anos de Chumbo” e na censura:

"Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção. 
[...]
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão.
[...]" 

     Em 1962, a Primavera Silenciosa é o primeiro manifesto ambiental do mundo; em 1972 surge a Conferência de Estocolmo  e pela primeira vez a humanidade pensa nas próximas gerações. A ONU cria leis de proteções ambientais, principalmente na África, onde muitos europeus passavam suas férias caçando. No Brasil, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul cria o primeiro curso de pós-graduação em ecologia.
     Na década de 80, ocorre as Diretas Já e a ditadura chega ao seu fim, o país volta a ter presidentes eleitos pelo povo, surge o Partido Verde, ao mesmo tempo, surgem diversos problemas ambientais, entre eles o acidente de Chernobyl, e incêndios em Cubatão. Neste mesmo período, surge a AGAPAN e a S. O. S. Mata Atlântica com o fim de combater a construção de uma usina nuclear que os militares haviam planejado na Juréia.
     Em 1988 vem a Constituinte e Collor é eleito presidente trazendo a globalização da mídia. Também surge Chico Mendes um sindicalista que passa a ser visto como protetor do meio ambiente no mundo todo, ele defende a extração sustentável da borracha e a comunidade ali presente e é contra a derrubada das florestas para criação de gado, com isso, acaba criando inimizades com “pessoas poderosas” e é assassinado.
      Em 1990, surge a cultura da sustentabilidade, a Rio 92 e o Tratado de Educação Ambiental que nasceu de um fórum global e até hoje, esse tratado é utilizado na política do país.
     Devido a esses acontecimentos, não podemos falar em educação ambiental e nem em meio ambiente sem incluir os aspectos políticos, econômicos, sociais, históricos e culturais.



Sugestões para outras informações: 
  • ·         Barão de Mauá;
  • ·         Os descaminhos do Meio Ambiente;
  • ·         Fundação Casa Grande.
Texto de Bruna Belletato Marques e Fernanda Barbosa Custódio. 










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