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domingo, 29 de abril de 2012

O lugar em que estamos


Nós conhecemos o lugar em que estamos? As respostas dadas pelo público do CLP nos mostraram muito sobre as problemáticas do litoral. Como sempre os problemas com lixo, esgoto e transporte figuram entre os mais presentes na vida das pessoas. Mas a pesquisa também revelou outras problemáticas como a falta de espaços públicos para o lazer. Estas questões ficavam mais evidentes quando moradores da região onde a faculdade está instalada eram entrevistados, demonstrando que tais problemas são bem presentes no entorno.

Um dos grupos fez uma interessante pergunta ao público do campus: o que vocês sabem sobre o Parque Estadual Xixová-Japuí? Com raras exceções as respostas se resumiam a algo próximo de "é um parque...". Apesar da proximidade com o parque e com o fato da unidade ter elaborado o plano de manejo do mesmo, fica evidente o desconhecimento da unidade de conservação por parte de alunos, funcionários e professores. Outra pergunta, a relação campus x entorno, quando feita à uma funcionária moradora do bairro trouxe à tona a discussão sobre a extensão. A verdade: não conhecemos o lugar em que estamos inseridos. E as pessoas também não nos conhecem. Mas qual deve ser a relação da universidade com o entorno?

A constituição brasileira define em seu artigo 207 que a extensão é uma das bases indissociáveis da universidade, junto com a pesquisa e o ensino. A extensão é a grande ferramenta para realizar a conexão entre a academia e o popular, numa via de duas mãos, onde ambos adquirem conhecimento. Devemos estar atentos para que esta extensão seja feita de forma associada, como nos coloca a constituição. Muitas vezes colocamos a extensão fora do processo de formação do aluno, em um segundo plano em relação às outras duas bases. Tendo grandes ou pequenos resultados, transformando comunidades, bairros ou cidades a extensão é muito importante, mas será suficiente? Será que antes de qualquer extensão não seria necessário conhecer o público para qual ela é direcionada? Mais do que isso, não deveríamos estabelecer um diálogo com a comunidade? Nem mesmo conhecemos o parque para o qual desenvolvemos um trabalho, quanto mais o bairro em que estamos. Uma extensão só será efetiva se o conhecimento transmitido à população for útil à ela ou transformadora e atender as demandas sociais que ali existem. Podemos continuar fechando os olhos, mas o Mundo vai continuar onde está.

Silas Principe

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