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quinta-feira, 26 de abril de 2012


                                                     
                                                  O Diário de uma velhoquinha. ( por Flávia Donadio Pita)

Quando era pequena , sempre ouvia falar que éramos o futuro da nação, que precisávamos aprender a preservar o meio ambiente para as nossas gerações futuras, sobre aquecimento global, que as calotas polares estão derretendo mais e mais, em buraco na camada de ozônio, em Amazônia para os americanos, que Santos será engolida pelo mar, que Cubatão era a região mais poluída do estado, que São Paulo media regularmente a sua poluição do ar e sua poluição sonora.
 Cresci vendo nos telejornais a quantidade de emissão de gases que as industrias e as cidades jogam na atmosfera, vi pessoas passarem dias e dias cuidando de ovos de tartarugas ameaçadas de extinção na praia, pessoas se jogando em alto mar para evitar que baleias fossem levadas por navios de pesca japoneses, chorei vendo que se vendiam papagaios colocados em canos de PVC...
Fui uma coadjuvante  dos caras pintadas, assisti a quase tudo sobre a ECO- 92 (Rio -92),fiz abaixo-assinado para o santuário das baleias do atlântico sul, participei de plebiscito para volta ou não da Monarquia, (imagina?), queria mudar o mundo como qualquer outro cidadão que está descontente.
Me formei em técnico de meio ambiente e pensei, por que meio ambiente? Por que não o ambiente inteiro, e passei a enxergar que o homem acaba com o seu ambiente inteiro, acaba com o verde, mata os animais e trucida a própria espécie, pensei que tinha acabado, a esperança acabou...mas não, entrei na Universidade e vi que ainda possui gerações engajadas e encorajadas a melhorar o mundo que era pra eles, para sua geração futura.
Mais que isso , aprendi que dentro de toda uma educação que tive e que eu buscava , acabei crescendo junto com ela, posso me considerar uma irmã mais nova, pois a pouco mais de 30 anos a Educação Ambiental começou a surgir , de uma maneira inocente e despreparada, e com o passar dos anos como eu , adquiriu cada vez mais experiência e hoje consegue mostrar para qual fim , realmente ela nasceu. Hoje , ela faz mostrar que é muito mais que uma SOS Mata Atlântica, Projeto TAMAR ou Instituto Iepé, vai muito além do que distribuir sacolinhas nas praias, ou reciclar o lixo.
A EA ensinou ao longo dos anos que ela não é uma ciência mecânica nem um sistema tirano em que se não agirmos seremos punidos, ela conseguiu mostrar que temos que agir com consciência e fazermos simplesmente pelo fato de que, a longo prazo, conseguiremos fazer com que nossos bisnetos morem no paraíso que construímos.( Se eu conseguir a melhorar  o mundo do meu neto, já ta bom!)

Obs: Essa semana foi votado o texto do novo código florestal e com 274 votos x 189 votos , ele foi aprovado, parece engraçado mas várias bandas de rock acho que previam que isso um dia iria acontecer há muito anos atrás. Gostaria de colocar o trecho de uma música da banda DFC ( Distrito Federal Caos) de 1996.
 ""Amazônia, agora é shopping! Somos agora primeiro mundo!Cocaína, minério e índios, espécies raras, do submundo! Em jaulas de ouro, prata e cobre, sobrevive a nossa fauna! Aprendemos, capitalismo, tudo se vende, TUDO DÁ LUCRO! Ecologia, é o meu pau! Cortar as árvores, vender barato! Pulmão do mundo, é o caralho, Brasil precisa, é de grana! Amazônia, agora é shopping! É o Brasil, em crescimento!"








Bibliografias: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/04/120426_ongs_florestas_dg.shtml , NAÇÕES UNIDAS,10 de janeiro de 2012,O FUTURO QUE QUEREMOS1, Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, TIRSTÃO, M. & JACOBI, P ( ORG ) – Educação Ambiental e os Movimentos de um Campo de Pesquisa. São Paulo, ANNABLUME, p.p 13:29 , 2010.

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