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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Resenha: Fantoches e outras histórias – um projeto de arte e educação ambiental

O livro “Fantoches e outras histórias – um projeto de arte e educação ambiental”, publicado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, mostra-se um instrumento bastante sólido e útil na elucidação das conseqüências das ações antrópicas sobre a natureza.
A robustez desse projeto baseia-se na utilização a linguagem artística como instrumento para discussão da temática ambiental, visto que além de ser uma forma eficiente para o entendimento das crianças é também um língua universal. Com o teatro de fantoches, as crianças atendidas (crianças de escolas públicas) têm o primeiro contato com a problemática dialética entre preservação e progresso, bem como as primeiras noções de conscientização em relação às atitudes pequenas que contribuem para reversão de tal quadro.
Outro aspecto de relevante importância é a possibilidade de multiplicação contemplada por este projeto, uma vez que os docentes das escolas atendidas recebem um repasse desse método de ensino, a fim de promoverem uma continuidade dessa idéia nessa e em outras escolas que eventualmente lecionem.
Um aspecto não abordado nesse projeto, porém entendido em função do público alvo, é a elucidação dos problemas em escalas maiores, os principais responsáveis pelo quadro de acelerada degradação ambiental. Ou seja, promover discussões e debates (mesmo que de forma subliminar) que possibilitem a compreensão de que em vez de, simplesmente, reciclar um material ou outro, entenda a problemática do consumo desenfreado e amplamente divulgado pelas mais distintas formas de mídia que acarretam na absurda quantidade desses resíduos nos ecossistemas; ou que, em vez de plantar uma árvore uma vez por ano, possam enxergar o real impacto das multinacionais e atividades agro-pecuárias que devastam nossas florestas.
Considerando que há um repasse para os professores, os aspectos supracitados (real entendimento dos comportamentos políticos-econômicos-socias que convergem no quadro atual da relação natureza x progresso) poderiam ser abordados nessa transferência de informação, haja vista que a capacitação profissional desses docentes pode não ter englobado essas discussões de suma importância. Entretanto, uma vez que publicado pelo Estado, esses interesses com certeza não estão em questão.

André Pardal, Renê Gonçalves e Rodolfo Probst

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