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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Terminais históricos procuram novos rumos

Valor Econômico - 30/05/2011

Os portos de Manaus e de Belém enfrentam desafios comuns aos terminais urbanos: pressionados pelo crescimento populacional, têm acesso viário complicado e pouca retroárea. A busca por um novo relacionamento com a cidade e posicionamento de mercado adequado podem garantir aos portos históricos viabilidade econômica na era dos grandes terminais. Caso contrário, podem ficar à deriva, incomodando a vida das cidades.
O Porto de Belém, construído em 1909, está se adequando à nova economia do Pará. O antigo terminal, por falta de políticas públicas eficientes, passou a impactar o espaço urbano. Mais recente, o porto da Vila do Conde diminuiu a participação do de Belém nas exportações paraenses, em que predominam produtos naturais. Caio Morel, diretor de operações da Santos Brasil, afirma que hoje os embarques desses produtos estão divididos na relação de 60% e 40% a favor de Vila do Conde, em Bacarena.
No entendimento de Carlos José Ponciano, diretor-presidente da Companhia Docas do Pará (CDP), o futuro do Porto de Belém passa por sua habilidade de se reinventar. Estar no centro da cidade permite priorizar produtos de alto valor agregado, conteinerizados, como eletroeletrônicos, vestuário e cargas refrigeradas. "Estamos preparando Belém para ser um porto urbano integrado econômica e culturalmente à cidade", afirma.
Há quinze anos, o Governo do Pará iniciou o processo de tombamento de áreas do porto e, em 2000, inaugurou a Estação das Docas, um complexo turístico e cultural, com 32 mil metros quadrados divididos em três armazéns e um terminal de passageiros. O espaço se tornou um dos principais cartões postais de Belém e mudou a maneira de o paraense olhar seu porto.
O Porto de Manaus sempre acompanhou de perto a situação econômica da Amazônia. Nos tempos áureos da borracha, chegavam companhias de ópera e saíam, diariamente do Manaos Harbour - sob administração inglesa -, vapores para a Europa e os Estados Unidos. Na última década, o cais histórico não conseguiu manter a relevância. Em 1997, a administração do porto foi entregue pelo governo do Amazonas à iniciativa privada. Em 2009, foi fechado pela Marinha por questões de segurança e a movimentação de cargas - que diminuiu progressivamente - passou a ser feita apenas pelos terminais privados.
Desde 2006, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e outras esferas do governo questionam judicialmente o modelo de concessão adotado pelo governo amazonense às empresas que assistiram ao fim das operações do terminal de cargas. Os portos do governo do Estado estão hoje sob a supervisão de uma comissão interventora.
O Ministério dos Transportes publicou o edital para a elaboração do projeto básico de revitalização do Porto de Manaus, que já teria R$ 89 milhões garantidos pela pasta. A obra deve contemplar o terminal de passageiros e estar pronta para a Copa de 2014. O novo terminal de cargas também está em fase de projeto, mas é certo que será fora do velho porto de lenh

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